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Asteroide desintegra-se na atmosfera da Terra pouco depois de ser detetado

Temos muitos olhos postos no Universo, mas mesmo esses todos são poucos para detetar um de muitos milhões de corpos celestes que gravitam de forma errática ou despercebida a nossa via láctea. De tal forma que o 2018 LA surpreendeu os astrónomos pouco antes de bater na nossa atmosfera e iluminar os céus africanos.

Será que um dia poderemos ser “abalados” por algo que realmente provoque destruição?


Asteroide que entrou quase anónimo

Foi detetado um asteroide em direção à Terra apenas algumas horas antes deste ter explodido na atmosfera terrestre, no passado sábado. Felizmente, o objeto – chamado de asteroide 2018 LA – desintegrou-se no céu antes de alcançar a superfície terrestre.

O objeto foi descoberto pelo Catalina Sky Survey, da NASA, operado pela Universidade do Arizona (EUA).

O alerta espoletou a informação de que o asteroide tinha apenas dois metros de diâmetro. Um sinal muito fraco que permitiu concluir que era pequeno o suficiente para se desintegrar com segurança na atmosfera da Terra.

Não foram obtidos dados de monitorização da sua trajetória, contudo, os investigadores calcularam uma faixa de possíveis localizações para o ponto em que o asteroide entraria em colisão com a nossa atmosfera, desde a África Austral através do Oceano Índico até a Papua Nova Guiné.

Foram obtidos vários relatos de pessoas que avistaram uma bola de fogo acima de Botsuana, na África, no início da noite de sábado, informações que bateram certo com o fluxo previsível do asteroide. O objeto entrou na atmosfera da Terra a alta velocidade, algo como de 17 quilómetros por segundo, desintegrando-se vários quilómetros acima da superfície do planeta.

A descoberta do 2018 LA representa a terceira vez em que se detetou que um asteroide estava numa trajetória de impacto [com a Terra]. Também é apenas a segunda vez que o local do impacto foi previsto bem antes do evento em si.

Referiu Paul Chodas, responsável do Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra, da NASA, num comunicado.

Todos os três objetos que já foram detetados pela NASA com antecedência desapareceram na atmosfera sem causar danos. Os momentos finais deste último asteroide foram captados por uma câmara na África do Sul, conforme é possível observar no vídeo abaixo:

As imagens dão a impressão que há uma bola de fogo que aparece quando o asteroide se aproxima do solo, contudo, os investigadores explicaram que essa bola de fogo está bem acima do solo, o material é todo consumido acima no horizonte.

 

Haverá razões para nos preocupar?

Existe um programa de observação dos NEO. NEO é o acrónimo para a expressão inglesa Near-Earth Object cuja tradução para português significa Objetos Próximos da Terra. Esta definição inclui os corpos celestes (asteroides, cometas e grandes meteoroides) cuja órbita interseta a órbita da Terra, o que introduz o risco de colisão.

Devido ao risco potencial que estes corpos representam, o Congresso dos Estados Unidos incumbiu a NASA de catalogar todos os NEOs com pelos menos 1 km de envergadura; foi estimado que colisões de corpos a partir deste tamanho podem ser catastróficas com consequências a nível global diversas. Existe um total de aproximadamente 500 corpos destes já catalogados.

Assim, tal como explica Lindley Johnson, cientista de defesa planetária da NASA, este objeto é muito menor do que os asteroides considerados perigosos que a NASA tem a tarefa de detetar e alertar.

No entanto, este evento do mundo real permite-nos exercitar as nossas capacidades e dá alguma confiança que nossos modelos de previsão são adequados para responder ao impacto potencial de um objeto maior.

Rematou a cientista.

Muitas vezes é referido o episódio que aconteceu na Rússia em 2013. Nessa altura, um asteroide passou completamente despercebido até colidir com a atmosfera a pouca altitude, criando uma onda de choque que explodiu milhares de janelas e causou uma série de pequenos ferimentos na cidade de Chelyabinsk.

Não é de hoje que o assunto é intensamente debatido. A questão colocada é sempre se nos devemos ou não preocupar com estes asteroides que não são detetados com antecedência ou que o são “em cima da hora”. Objetos menores, como o 2018 LA, são os mais difíceis de identificar, mas também os menos propensos a causar qualquer dano.

Há, dentro da comunidade de astrónomos amadores, uma dedicação, já com resultados obtidos, na deteção deste tipo de objetos. Muitos são os que passam o tempo “com os olhos no Universo” à procura da próxima rocha espacial que pode fazer ter nos dias de hoje o mesmo impacto que teve no tempo dos dinossauros.

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