Cada vez mais “vestimos” tecnologia que nos sente. O caso dos smartwatches são só por si um exemplo de como estes dispositivos modernos monitorizam a nossa vida. Sabem onde fomos, o tempo que lá estivemos, sabem que tipo de atividade física fazemos, quantas vezes fazemos, como está o nosso coração… e muito mais.
Pois foi através dos dados recolhidos por um Apple Watch que a polícia australiana determinou a hora da morte num caso de assassinato, além de outras informações relevantes.
São vários os casos em que a tecnologia está ao lado das autoridades para identificar crimes e levar a que os criminosos sejam presentes à justiça. Certamente estão lembrados do caso de um dispositivo Smart Home ter alertado as autoridades de uma agressão doméstica, ou ainda o caso de um jovem de 28 anos que foi salvo pelo seu Apple Watch. Há cada vez mais exemplos destes.
Myrna Nilsson, de 57 anos, de Adelaide, Austrália, foi encontrada morta em casa em setembro de 2016 e a polícia já tinha um suspeito principal – a sua nora, Caroline Nilsson.
No momento em que morreu, Myrna Nilsson usava um Apple Watch que recolhia dados em tempo real. Estes dados, contudo, foram importantes para confrontar com o testemunho da sua nora. Esta afirmou que Myrna havia sido seguida por homens e discutido com eles. Caroline alegou que não ouviu o ataque na casa e mais tarde foi amarrada pelos atacantes.
O smartwatch, no entanto, contradiz a sua declaração, apoiando as alegações dos promotores de que ela havia assassinada a sua sogra e, em seguida, encobriu a cena do crime. O relógio gravou os dados de atividade e frequência cardíaca compatíveis com uma luta e depois com o corpo a entrar em choque, até perder a consciência. Também não havia provas de ADN dos agressores na casa.
Os dados recolhidos relacionam os horários de atividade, níveis de energia, movimento, frequência cardíaca, entre outros, o que levou à conclusão de que a falecida deve ter sido atacada por volta das 18h38 e morreu às 18h45.
A evidência do Apple Watch é uma evidência fundamental para demonstrar a falsidade da história do réu à polícia.
Um relógio desse tipo… contém sensores capazes de identificar a taxa de movimentos da pessoa que o usa e mantém um histórico da atividade diária do utilizador, além de medir a frequência cardíaca.
Apontou a promotora Carmen Matteo.
O Apple Watch foi analisado com todo o detalhe para serem extraídos todos os dados que os sensores haviam recolhido. Com esses dados, o Ministério Público resolveu um caso que se arrastava há cerca de dois anos. Caroline Nilsson foi presa por assassinato no mês passado.