Por Hugo Sousa para Pplware.com
São quase diárias as notícias que dão conta de violações de privacidade por parte das gigantes tecnológicas e a verdade é que sinceramente, não parece real que as mesmas deixem de recolher dados dos seus utilizadores.
Desta vez o caso que se segue acontece em Taiwan e envolve empresas como a Apple e a Xiaomi. As visadas estão a ser acusadas pelo governo de Taiwan de estarem a violar as leis de privacidade do país.
Estas acusações já não são novas, mas segundo um regulador do governo de Taiwan, tanto a Apple como a Xiaomi, e até mesmo outros fabricantes de smartphones, estarão a violar as leis de privacidade do país, que ocorrem devido ao facto destas empresas recolherem informações dos utilizadores e armazenarem as mesmas nos seus servidores sem qualquer tipo de autorização.
Esta acusação surge meses depois da Comissão Nacional de Comunicações de Taiwan ter começado a investigar uma série de fabricantes de smartphones que comercializam os seus produtos no país, tendo, desde Agosto, já sido encontrados 12 modelos de smartphones que apresentam problemas de privacidade, entre eles modelos da gigante americana Apple e da Xiaomi.
“Todos eles estão a registar os dados em servidores existentes nas suas empresas, fora do país.”
Yu Hsiao-Cheng , vice-presidente da NCC
Esta investigação começou em Agosto deste mesmo ano, mês em que Chiu Chih-Wei apontou sérios problemas de segurança aos smartphones da chinesa Xiaomi, tendo mesmo o legislador afirmado que a empresa chinesa estaria a recolher informações dos seus utilizadores sem qualquer tipo de autorização, colocando desta forma alguma informação importante sob risco pois não existe qualquer legislação que defina quais os smarphones que devem ser utilizados por parte do governo do país, o que faz com que informação governamental possa cair em mão erradas.
“Porque não há restrições, as pessoas do governo podem acabar por utilizar telefones Xiaomi”
Chiu Chih-Wei, legislador do governo de Taiwan
Tanto a Apple como a Xiaomi ainda não fizeram qualquer tipo de comentário a estas acusações, no entanto o NCC está prestes a concluir a sua investigação e prevê apresentar os resultados finais muito em breve.
A questão poderá colocar-se de duas formas, ou os reguladores estão com receio que pessoa ligadas ao governo possam ser vigiadas, pelo facto dos dados estarem a sair de portas para servidores das marcas, ou será uma pressão para “obrigar” as marcas a alojar esses dados em território de Taiwan por forma a poderem controlar, ao nível das agências de segurança governamental, os dados de quem usa esses modelos.
Como cada um dos factos ganha força por esse mundo fora, a questão estará certamente ainda num patamar de “braço de ferro”. Vamos ver quem dobra!