Se contactar o 112 via telemóvel para pedir ajuda é provável que a sua chamada nem seja localizada com exactidão, ao contrário do que acontece quando a chamada é feita via rede fixa. O problema está na falta de meios por parte do serviço 112, que não dispõe de tecnologia para o efeito.
O actual sistema indica apenas a localização da antena de comunicação mais próxima que pode estar a vários quilómetros do local do sinistro.
O socorro por telemóvel é mais difícil e quem o diz é o JN num artigo publicado na versão em papel. Segundo o jornal, o sistema em vigor (Cell ID) nas centrais apenas transmite a localização da antena de telecomunicações mais próxima, sendo que esta pode estar a vários quilómetros local da emergência.
Num momento onde a maioria dos portugueses têm smartphone, com GPS, é praticamente inadmissível que não se consiga a informação de georreferenciação quase exacta. Além disso, hoje a maioria das chamadas (cerca de 70%) são realizadas via smartphone.
Paulo Santos, da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia refere que…
O tempo é crucial para assegurar a segurança das pessoas. Às vezes os elementos da Protecção Civil têm de andar à procura das vítimas.
Paulo Santos recorda anda um episódio de um cidadão que caiu a uma ribanceira e ligou o 112. Como não conhecia a zona, teve de indicar onde estacionou o carro, dar pormenores do percurso realizado e outras informações, o que dificultou as buscas. O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia revela ainda que nos EUA já é possível localizar o telemóvel mesmo sem cartão.
Ainda de acordo com a mesma fonte, o Governo vai instalar novas centrais de 112 até finais de 2017. Sabe-se também que estas centrais estarão equipadas para receber os sinais emitidos por smartphones através da tecnologia AML (Advanced Mobile Location).
Este sistema integrado funcionará com base nos serviços da Google (especialmente via dispositivos Android) que quando detectam que alguém está a ligar para o 112 enviam também as coordenadas GPS via SMS para a central de emergência. A Inglaterra e a Estónia já usam este sistema.
Em fase de implementação está também a plataforma eCall que estará associada aos automóveis. Sempre que for detectado um acidente, a central de emergência será de imediato contactada. Este sistema já está em funcionamento na Holanda, Eslovénia, Suécia e Finlândia.