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Air New Zealand quis proibir os passageiros de usar AirTags… mas falhou no argumento

Este tema dos localizadores colocados nas bagagens tem sido recorrente em 2022. Com atrasos nos voos, malas perdidas e poucas respostas das companhia aéreas, os passageiros começaram a usar mais estes dispositivos tipo AirTags para perceberem onde anda a sua bagagem. Muitos passageiros conseguiram reaver as suas malas graças a este tipo de dispositivos. No entanto, parece haver empresas que não gostam dos localizadores.

Desta vez foi a companhia aérea Air New Zealand a tentar proibir os dispositivos tipo AirTags e Tile. Só que não foi muito feliz na desculpa!


O sistema da Apple, recorre à rede Encontrar (Find My) e utiliza os iPhones para mapear e triangular a localização do objeto seguido reportando anonimamente a informação até ao proprietário da AirTag. Sem dúvida que o sistema funciona muito bem, tendo em conta que há milhões de iPhones no planeta e muitos sempre a reportar a localização das etiquetas.

Como tal, muitos passageiros começaram a colocar estes dispositivos nas suas malas. Os casos de sucesso começaram a espalhar-se pela internet e tudo isto torna-se numa bola de neve. Já começa a ser trivial o uso dos AirTags dentro das malas.

Empresas de aviação não querem os AirTags nas bagagens… porquê?

A Air New Zealand é a mais recente empresa que não parece satisfeita com o uso deste gadget. A companhia aérea está a avisar os seus clientes que não devem utilizar os localizadores de objetos na sua bagagem despachada, com a companhia aérea já a preparar para rever procedimentos no início do próximo ano.

Contudo, o Serviço de Segurança da Aviação da Nova Zelândia diz não haver instruções para retirar os AirTags e similares das malas. Além disso, a empresa concorrente australiana, a Jetstar, diz que os passageiros são bem-vindos a utilizá-los.

O website da Air New Zealand tem uma nota sobre os localizadores de bagagem sob a sua orientação para “viajar com baterias de lítio e dispositivos operados a pilhas de lítio”.

As regras da companhia aérea dizem que apenas os localizadores de bagagem alimentados a pilhas que podem ser desligados serão aceites na bagagem despachada. Portanto, esta “nuance” diz que os dispositivos que não tenham uma função de ligar/desligar automático, não podem ser utilizados em voo.

Mas podem ou não serem usados localizadores tipo os AirTags, ou Tile?

Bom, os localizadores de bagagem como os AirTag, da Apple e Tile tornaram-se no acessório de viagem mais discutido em 2022, uma vez que o sector da aviação com pouco pessoal tem lutado para acompanhar a procura, levando a problemas generalizados com atrasos e perda de bagagem.

Os dispositivos permitem aos passageiros manterem-se a par da localização das suas malas através do seu telefone, tablet ou computador. E estão sempre ativados, a partir do momento que são ativados e tenham pilha com energia. Portanto, estão sempre ligados.

Confrontados com esta situação de falta de coordenação um porta-voz da Air New Zealand afirmou:

Os produtos como o AirTag e o Tile são dispositivos eletrónicos portáteis que não podem ser desligados, os regulamentos sobre mercadorias perigosas proíbem atualmente o seu transporte na bagagem registada.

Como parte do sistema de gestão de segurança da Air New Zealand, é provável que uma revisão destes produtos tenha lugar no início de 2023. A seguir, poderão ser realizadas discussões com a autoridade reguladora.

O porta-voz apontou as instruções técnicas da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) para o transporte seguro de mercadorias perigosas.

Assim, segundo as regras, as baterias de lítio contidas nos dispositivos são permitidas na bagagem despachada, mas o dispositivo deve ser completamente desligado, com medidas tomadas para evitar a ativação involuntária. Contudo, não é claro como é que isto está a ser aplicado, pois um porta-voz do Serviço de Segurança da Aviação da Nova Zelândia afirmou que não foi dirigido pelas companhias aéreas, ou pelos reguladores – ICAO, ou pela Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA) – para remover AirTags ou produtos similares das malas.

Qual a fiscalização que esta empresa faz aos passageiros?

Depois destas declarações difusas e regras confusas, a empresa foi questionada sobre a tal fiscalização. O porta-voz da Air New Zealand disse que pede a todos os passageiros que declarem se transportam algum bem proibido ou outro perigoso no check-in.

Novamente existe uma incongruência nesta tentativa de aplicação da regra. Isto porque o site da Jetstar diz que os dispositivos que contêm baterias de lítio que estão na bagagem registada devem ter o interruptor de ligar/desligar protegido para evitar a ativação acidental. Mas quando questionados sobre dispositivos como os AirTags, um porta-voz da Jetstar disse que estes eram permitidos tanto na bagagem de mão como na bagagem despachada.

Aliás, estas confusões não são exclusivas da Air New Zealand. Conforme estarão lembrados, sobre esta política do uso dos localizadores de bagagem a companhia aérea alemã Lufthansa também esteve debaixo de fogo no mês passado.

Também esta gigante da aviação veio tentar dissuadir os passageiros do uso destes dispositivos, tipo AirTags. Segundo uma primeira abordagem, estes eram “perigosos” e “precisam ser desligados”. Para fazerem tal afirmação citaram diretrizes da Organização da Aviação Civil Internacional para mercadorias perigosas.

A Apple rejeitou esta afirmação, e partilhou uma declaração com o New York Times que afirmava que os AirTags estavam “em conformidade com os regulamentos internacionais de segurança de viagens aéreas para bagagem de mão e bagagem despachada”.

As afirmações da Apple, assim como a posição de outras empresas e até produtos que várias companhia aéreas estariam a promover da mesma gama levaram a que a Lufthansa recuasse mais tarde, divulgando uma declaração que dizia que as autoridades aeronáuticas alemãs tinham concordado com a avaliação de risco da companhia aérea de que os dispositivos de localização como os AirTags não representam qualquer risco de segurança.

Também a IATA, que representa 290 companhias aéreas, disse numa declaração à Euronews que os potenciais riscos de segurança dos AirTags pareciam ser mínimos, e que se estava a construir um consenso na indústria no sentido de os isentar, bem como a outros aparelhos de localização, dos regulamentos sobre mercadorias perigosas, desde que a célula de lítio não exceda um determinado nível e que os aparelhos de rastreio só utilizem Bluetooth.

 

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