As empresas do mundo da tecnologia estão numa fervorosa procura do aperfeiçoamento do robô. Cada vez mais a inteligência artificial é vista como um auxiliar do ser humano, como uma ajuda ao desempenho de cada um de nós no dia-a-dia mas… ninguém quer pôr no outro prato da balança o problema: a inteligência artificial irá provocar uma perda líquida de 5,1 milhões de empregos nos próximos cinco anos nos 15 países líderes.
E agora, ainda acha que os robôs são uma necessidade para a evolução humana?
Trabalhar sem parar, sem férias, sem fins-de-semana, não reclamam, não precisam de parar para almoçar, não ficam doentes e não são indemnizados quando são substituídos. Esta é a realidade que, associada ao desempenho e a outras características, muitas empresas já optam por substituir os seres humanos nas suas tarefas.
As alterações no mercado de trabalho são perturbadoras, isto porque os robôs e a inteligência artificial estão em grande ascensão. Falta pouco, dentro dos próximos 5 anos, para que esta realidade resulte numa perda líquida de 5,1 milhões de empregos a acontecer nos 15 países que lideram o mercado mundial, de acordo com uma análise publicada na segunda-feira em Davos, na Suíça.
Automatizar tarefas humanas redundantes
Estas conclusões foram realizadas pelo Fórum Económico Mundial, que dá pelo nome de “Future of Jobs”, que debate o avanço da robótica e da inteligência artificial. Alguns números são pouco encorajadores para a Europa, onde o desemprego se tornou há uns anos numa grande preocupação. Segundo este estudo, haverá uma perda de 7,1 milhões de postos de trabalho, que serão compensados pela criação de 2 milhões de postos automatizados.
Não há um sector mais afectado do que outro, as expectativas são de um avanço quer na área da produção quer na área da medicina. Contudo, dois terços das perdas previstas devem cair nos sectores administrativos pois as máquinas vão assumir tarefas mais rotineiras, de acordo com dados recentes baseados numa pesquisa global de estratégias para funcionários e executivos.
Quarta revolução industrial
Há vários segmentos tecnológicos que pautam o comportamento para um futuro próximo ao nível do emprego. Temas como a robótica, nanotecnologia, a impressão 3D e de biotecnologia, estão em discussão na reunião de Davos deste ano, que irá decorrer entre os dias 20 a 23 deste mês.
O relatório do “Future of Jobs” concluiu que haverá um impacto significativo em todos os sectores, contudo, esse impacto poderá variar consideravelmente dependendo da área. Prevêem-se maiores perdas na área dos cuidados de saúde, considerando o crescimento da tele-medicina, seguido de áreas como as energias e os serviços financeiros estão.
Sexo feminino será o que perderá mais
O relatório traz outras revelações dramáticas. As mulheres serão as maiores perdedoras pois os seus empregos são muitas vezes concentrados em baixo crescimento ou declínio, em áreas como vendas, escritório e funções administrativas, disse o relatório.
Os homens terão um trabalho ganho para cada três perdidos durante os próximos cinco anos, enquanto que as mulheres enfrentam mais de cinco empregos perdidos para cada um ganho.