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Ritot, o primeiro relógio inteligente de projecção

E uma campanha de crowdfunding envolta em suspeitas de fraude.

A evolução dos relógios ditos inteligentes tem vindo a crescer de forma quase exponencial durante este último ano e é preciso reeinventar o conceito e ser-se ainda mais inovador. E é isso mesmo que uma nova empresa promete com este projecto de crowdfunding, um relógio inteligente, que além de ser uma elegante pulseira, é um projector de horas para a mão.

A ideia, à primeira vista, parece até ser bastante interessante, contudo, os contornos do seu desenvolvimento já levantaram suspeitas de fraude, o que vem alertar para alguns dos problemas associados a este tipo de investimentos.

Ritot – the first projection watch. É esta a frase que apresenta a campanha de crowdfunding que começou a ganhar contornos há cerca de seis meses. Mais especificamente, o Ritot pretende ser um acessórios de moda com algumas funções inteligentes que são projectadas nas costas da mão.

Mensagens de texto, lembretes, e-mails, agenda, notificações das redes sociais, meteorologia e notificações de qualquer outra aplicação do smartphone, são algumas das funcionalidades que se esperam ver projectadas através deste relógio.

A poucas horas de terminar a campanha, já que termina no final do dia de hoje, que está a ser desenvolvida na plataforma Indiegogo, os 50 000 dólares necessários para o seu desenvolvimento foram largamente ultrapassados, e já existe um investimento de mais de um milhão de dólares neste relógio projector.

Contudo, durante este crowdfunding foram levantadas algumas suspeitas de fraude, que acabaram por ser justificadas pela empresa e não levaram à exclusão do projecto da campanha de financiamento colectivo.

Neste caso em específico, o The Next Web avançou com alguns factos interessantes. O projecto Ritot não é mais do que um projecto no “papel”, na verdade não existe ainda nenhum protótipo do dispositivo, até ao momento. Além do mais, inicialmente, os nomes dos membros da equipa por de trás do projecto, bem como a localização da empresa, eram falsos. A equipa tentou esconder a sua verdadeira origem ucraniana, indicando ser norte-americana.

Michael Medvid, fundador do projecto, referiu que esta “alteração” de nacionalidade se deveu ao facto de a Ucrânia ser um país em conflitos e que isso poderia ser um problema para o sucesso do investimento colectivo. Admitindo ser um “grande erro”, Michael Medvid, referiu que logo depois da campanha ter iniciado a verdade sobre a nacionalidade foi reposta.

Depois destes facto, a Indiegogo decidiu que o projecto tinha bases sólidas para poder continuar a ser alvo deste financiamento colectivo. Ainda assim, a empresa Ritot refere que os investidores mais cépticos que já não queiram fazer parte deste projecto serão reembolsados.

Este não é o primeiro caso de projectos que são sujeitos a campanhas de financiamento colectivo e que acabam por estar envolvidos num clima de desconfiança. Lembremos, por exemplo, o caso de uma caneta capaz de ler a cor com que se quer escrever, a Scribble, que poucos dias depois da campanha iniciar acabou por ser suspensa por não serem capazes de responder às exigências de respostas sobre o próprio projecto por parte da Kickstarter.

De uma forma geral, qual a sua opinião sobre esta nova forma de financiamento de projecto, o chamado crowdfunding?

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