A conferência GTC 2025 da NVIDIA arrancou ontem com uma apresentação inaugural repleta de novidades. Jensen Huang, CEO da empresa, revelou um impressionante leque de avanços, destacando-se sobretudo aqueles relacionados com a robótica, um setor onde a NVIDIA deposita grandes expectativas.
“A era da robótica generalista chegou”
Em março de 2024, a NVIDIA já tinha abordado o Project Gr00t, que agora se concretizou no Isaac GR00T N1, anunciado como o primeiro open foundation model para robôs humanoides. Este modelo surge pré-treinado, mas pode ser ajustado para diferentes cenários, desde ambientes domésticos a aplicações industriais.
Jensen Huang sublinhou que este lançamento marca o início de uma nova era, impulsionada pelo Isaac GR00T N1 e por avanços na geração de dados e aprendizagem para robôs. Estes desenvolvimentos permitirão criar máquinas significativamente mais capacitadas e versáteis.
O CEO da NVIDIA destacou que a escassez de trabalhadores humanos será um problema crescente.
Até ao final desta década, faltarão pelo menos 50 milhões de trabalhadores no mundo. Se pudéssemos, pagaríamos 50 mil dólares por ano a cada um. Provavelmente, acabaremos por pagar esse valor a robôs.
Afirmou.
Os robôs humanoides estão cada vez mais próximos
Durante a sua apresentação, que durou mais de duas horas, Huang deu especial destaque à robótica. Mostrou vídeos dos robôs humanoides NEO Gamma, desenvolvidos pela empresa 1X e baseados no Isaac GR00T N1, a mostrar o seu potencial para uso doméstico.
Outras companhias como a Boston Dynamics, Mentee Robotics e Neura Robotics também estão a trabalhar neste tipo de tecnologia e tiveram acesso antecipado à plataforma robótica da NVIDIA.
O foundation model da NVIDIA baseia-se numa arquitetura dupla que imita a cognição humana.
- O primeiro sistema é responsável por ações rápidas, semelhantes à intuição e reflexos humanos.
- O segundo sistema, equipado com um modelo de visão avançado, realiza análises mais lentas e ponderadas sobre o ambiente e as instruções recebidas, ajudando os robôs a tomar decisões mais informadas.
Esta abordagem permite que os robôs, humanoides ou não, operem de forma mais eficiente no mundo físico. O Isaac GR00T N1 consegue generalizar e adaptar-se a tarefas como apanhar e transportar objetos utilizando um ou ambos os braços.
Embora, para já, estas competências sejam básicas e limitadas, representam um passo essencial para a evolução da robótica.
❗ Para os programadores interessados, a NVIDIA disponibiliza uma vasta documentação técnica e os ficheiros do projeto no GitHub.
Os robôs necessitam de volumes massivos de dados para treinar e melhorar a sua interação com o mundo real.
Para isso, a NVIDIA tornou público um dataset com 15 TB, disponível na plataforma Hugging Face, contendo mais de 320 mil trajetórias de treino e mil “cenários” em Universal Scene Description (OpenUSD), que ajudam a desenvolver capacidades mais realistas nos robôs.
Parceria com Disney e DeepMind
Entre os projetos mais inovadores está a colaboração com a Disney e a DeepMind para o desenvolvimento do Newton, um motor de física open-source concebido para ensinar robôs a executar tarefas com maior precisão.
A Disney já demonstrou interesse nestes avanços, e Huang concluiu a apresentação com um curioso coapresentador: um robô chamado Blue, inspirado nos droids BDX de Star Wars.
Isto sugere que, num futuro próximo, poderemos ver robôs de entretenimento nos parques temáticos da Disney.
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