Estamos na era das “smartcoisas”. Smartphones, smartcars, smartwatches, smartTVs e até smartguns. Isso, armas inteligentes que já sabem “quem é o dono” e que só a ele obedecem. Para isso trazem tecnologia. Leitor de impressões digitais e reconhecimento facial. Os vídeos de promoção do produto mostram-na como sendo uma peça de decoração da sala de estar. Sim, nos EUA já está à venda!
Não é a primeira vez que este assunto vem a destaque. Já em 2014 havíamos abordado o assunto, na altura ainda era uma ideia embrionária.
Agora, a Biofire Tech, uma empresa do Colorado, Estados Unidos, já está a receber encomendas de uma arma inteligente ativada pela tecnologia de reconhecimento facial, o mais recente desenvolvimento em armas personalizadas que só podem ser disparadas por utilizadores verificados.
Uma arma inteligente contra utilizadores burros
Bom, aqui ainda não é tão inteligente quanto seria de esperar. Isto porque a tecnologia de reconhecimento do verdadeiro proprietário da arma ainda tem um longo e desafiante caminho. Isto porque quando testada para demonstração à imprensa, um protótipo falhou duas vezes. O fundador da empresa e Chefe do Executivo Kai Kloepfer disse que o software e a eletrónica foram totalmente testados, e a falha estava relacionada com a arma mecânica feita a partir de peças de pré-produção e protótipos.
Noutras ocasiões, durante a demonstração, a arma disparou com sucesso e a tecnologia de reconhecimento facial pareceu funcionar.
A arma com segurança biométrica também ser ativada por um leitor de impressões digitais, uma das várias características da arma inteligente concebida para evitar disparos acidentais por crianças, reduzir os suicídios, proteger a polícia de roubos de armas, ou tornar inúteis as armas perdidas e roubadas.
Segundo a empresa fabricante, a Biofire, a primeiras versões prontas para consumo da pistola de 9mm podem ser enviadas aos clientes que tenham encomendado previamente, logo no quarto trimestre deste ano, com o modelo padrão de 1.499 dólares possivelmente disponível no segundo trimestre de 2024.
Será uma oportunidade para os EUA regulares o uso e porte de armas?
Os EUA têm um problema com a facilidade com que o cidadão comum consegue comprar uma arma, até com calibre de guerra. Aliás, miúdos ou graúdos têm acesso facilitado a armamento e os casos de massacres são já “corriqueiros” no país do sonho americano.
Portanto, este tipo de tecnologia poderia ser um passo, pequeno, mas no caminho de tornar uma arma “inteligente”. Esta poderá efetivamente ser a primeira comercialmente disponível nos EUA. Pelo menos duas outras empresas americanas, LodeStar Works e Free State Firearms, estão também a tentar colocar uma arma inteligente no mercado.
Numa demonstração na sede da Biofire em Broomfield, Colorado, o CEO da empresa disparou inicialmente uma bala sem problemas e pousou a arma. Depois outro homem, um utilizador não autorizado, tentou disparar, mas não foi capaz de o fazer porque a arma não reconheceu o seu rosto nem a sua impressão digital, como a característica de segurança pretendida.
Kloepfer voltou então a dispará-la novamente. Foi nessa altura que a arma inesperadamente disparou em duas ocasiões, embora tenha disparado em subsequentes puxões do gatilho. Depois foi trazido outro protótipo e essa arma funcionou como planeado.
Muitos entusiastas de armas tornaram-se céticos relativamente à tecnologia de armas inteligentes, preocupados com o seu fracasso quando uma arma é necessária para autodefesa num determinado momento.