Pplware

Gostava de eternizar a sua mente? Um dia, será possível transferi-la para um computador

É possível que já tenha pensado em gravar ou armazenar os seus sonhos. O que seria… Agora, imagine ir além disso e transferir a sua mente para um computador, de modo a ficar disponível, quando o corpo deixar de estar por cá. Bem, já estivemos mais longe.


Pelas plataformas, não faltam séries e filmes que exploram a possibilidade de a nossa mente permanecer viva, indo além do nosso corpo físico. A ideia é, para muitos, tentadora, na medida em que é a esperança de preservar aquilo que fomos, depois de deixarmos de ser.

A evolução tecnológica e científica que temos conhecido aproxima-nos de cenários que considerávamos quiméricos, como ser possível transferir a nossa mente para um computador, eternizando-a.

O tema, apelidado de mind uploading, é controverso e, a par dos que se entusiasmam com a possibilidade, estão os que acreditam que o cérebro está “incorporado” e que a forma como funciona depende da relação com as outras partes do corpo e com o ambiente em que este se insere e com o qual interage.

Como poderíamos transferir algo como a mente?

Angela Thornton da University of Nottingham está, atualmente, a explorar o grau de conhecimento que as pessoas têm relativamente à transferência da mente. A doutoranda tem procurado perceber se gostariam que as suas fossem enviadas para um computador ou para outro corpo, bem como quais seriam os benefícios e os riscos.

Conforme explicou, num artigo para o The Conversation, a técnica mais promissora é a de digitalização e cópia. Isto é, digitalizar, pormenorizadamente, a estrutura de um cérebro preservado, através de microscopia eletrónica, de modo a reunir os dados necessários para produzir uma cópia funcional do cérebro.

O processo é altamente complexo, mais não seja por estarmos a falar da mente de alguém – algo tão abstrato e próprio. Então, qual é a probabilidade de, um dia, conseguirmos emular todo o cérebro e transferir a mente para um computador?

Os desafios filosóficos e científicos da emulação de todo o cérebro e do carregamento da mente são ativamente debatidos pelos académicos.

Em 2008, uma equipa de investigadores da University of Oxford descreveu esse processo como um “formidável problema de engenharia e investigação”. Mais ainda, partilhou que por parecer “um objetivo bem definido […] poderia ser alcançado através de extrapolações da tecnologia atual”.

Com o tempo, a neurotecnologia vai ganhando força e relevância. Por exemplo, através das interfaces cérebro-computador e de implantes cerebrais, que as empresas procuram lançar para a sociedade, em breve.

Estes desenvolvimentos, juntamente com os avanços da Inteligência Artificial, estão a permitir-nos decifrar melhor as ondas cerebrais. No futuro, podem muito bem permitir-nos “escrever para” ou modificar o cérebro.

Explicou Thornton, relembrando que o avanço tecnológico exigirá o estabelecimento de diretrizes e legislação, os neurorights, por forma a assegurar a proteção dos direitos humanos e, mais ainda, neurais.

Não sabemos quanto tempo demorará até que seja possível transferir a mente para um computador, uma vez que, antes disso, será ainda preciso explorar e conseguir a emulação do cérebro humano e o posterior “descarregamento” da mente.

Contudo, a ideia é que se consiga fazê-lo, pelo que a investigação vai avançando nesse sentido…

 

Pense bem: descarregaria a sua mente para um computador?

 

Exit mobile version