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Enviámos uma mensagem para outro planeta que “pode ter gente”

Ter “gente” noutro planeta é sempre um subjectividade dificil de imaginar, contudo, os astrónomos do METI (Messaging Extraterrestrial Intelligence) enviaram uma mensagem de rádio para um sistema estelar vizinho que contém um exoplaneta potencialmente habitável.

Está lá, estão aí aliens? Se estiver alguém o mais certo é que só daqui a cerca de 25 anos recebamos a resposta. Mesmo estando próximo este exoplaneta, ainda demorará receber a resposta.

 


Alô, está aí alguém?

A equipa do METI enviou uma mensagem que inclui um “tutorial” científico e matemático, bem como 33 composições musicais curtas de artistas da comunidade Sónar. A equipa transmitiu esta mensagem em código binário em duas frequências de rádio diferentes, no passado dia 16, 17 e 18 de outubro, recorrendo a uma antena de rádio da European Incoherent Scatter Scientific Association (EISCAT), equipamento com cerca de 32 metros de largura, situada em Tromsø, na Noruega.

Esta mensagem para o GJ 273b tem como objetivo uma resposta, que dada a proximidade deste exoplaneta do nosso planeta Terra, poderá chegar em menos de 25 anos.

Eu acho que este é um resultado improvável, mas seria bem-vindo.

Referiu Douglas Vakoch, presidente do METI, uma ramificação da mais famosa organização SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence).

A estrela-alvo é a GJ 273, também conhecida como a estrela de Luyten, uma anã vermelha na constelação do norte de Canis Minor, que está “apenas” a apenas 12 anos-luz de distância. Em março deste ano descobriu-se que esta estrela tem dois planetas. Um deles, conhecido como GJ 273b, orbita dentro da “zona habitável” da estrela e dadas as condições poderia abrigar água líquida e talvez a vida.

 

Aniversário da primeira mensagem

Esta mensagem foi enviada no aniversário da “mensagem de Arecibo”, que foi uma transmissão de rádio feita em 1974 com destino a um grupo de estrelas distantes. A mensagem de há 43 anos continha informações sobre os planetas do nosso sistema solar, a estrutura do DNA, um desenho de um ser humano e outras informações básicas sobre a Terra e os seus habitantes.

Agora, a nova mensagem – transmitida então a partir da Noruega, foi enviada durante cerca de oito horas num período de três dias, no passado mês de outubro. Uma mensagem mais simples e que pode ser mais facilmente entendida, diz Vakoch.

 

Qual o conteúdo da mensagem?

Visto que o extraplaneta tem uma compreensão de tempo semelhante ao nosso, um habitante desse mundo irá receber e, supostamente, perceber uma mensagem que contém informações sobre contagem, aritmética, geometria e trigonometria. Inclui ainda uma descrição das ondas de rádio que carregam a mensagem, bem como um tutorial sobre relógios e cronogramas, tudo para facilitar a compreensão do que é transmitido.

 

Qual é o objetivo desta transmissão?

Embora a mensagem tenha sido concebida para provocar uma resposta de uma civilização avançada inteligente que viva no GJ 273b, o principal objetivo ao enviar a comunicação envolvia a criação de uma base para o futuro, disse Douglas Vakoch.

É um protótipo para o que eu acho que provavelmente precisamos fazer 100 vezes, ou 1.000 vezes, ou 1 milhão de vezes. Para mim, o grande sucesso do projeto virá dentro de 25 anos se houver alguém que se lembre de procurar [uma resposta]. Se pudéssemos conseguir isso, seria uma mudança radical de perspectiva.

 

Somos inconscientes?

A ideia de enviar mensagens intencionalmente para o espaço sempre foi controversa, mesmo dentro da comunidade SETI. Uma questão que está longe de ser clara é quem deve falar pela humanidade. Outra preocupação é o perigo potencial de chegar aos extraterrestres.

O físico Stephen Hawking e outros alertaram contra as possíveis repercussões de encontrar uma civilização alienígena – observando que tal civilização quase certamente será muito mais antiga e muito mais tecnológica do que a nossa.

98% dos astrónomos e investigadores da SETI, inclusive eu, pensam que o METI é potencialmente perigoso e não será uma boa ideia. É como gritar numa floresta antes de saber se existem lá tigres, leões, ursos ou outros animais perigosos.

Refere Dan Werthimer, investigador do SETI na Universidade da Califórnia em Berkeley.

Ainda vivemos numa relatividade de tempo, de distância e de deconhecimento dos “outros mundos”. Quanto mais conhecemos do Universo mais descobrimos o quanto desconhecemos.

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