Já se começam a ver alguns problemas associados à interação entre as pessoas e as máquinas. Uma empresa de chatbot diz receber muitas mensagens de clientes que dizem acreditar que a Inteligência Artificial (IA) que fala com eles tem sentimentos.
No futuro, esta poderá vir a ser uma questão bem complexa.
A empresa Replika oferece avatares de companhia que, de forma personalizada, falam e ouvem os cerca de um milhões de clientes. Dando corpo a um problema que poderá vir a agravar-se no futuro, a empresa responsável pela criação desses chatbots diz receber muitas mensagens, quase todos os dias, de utilizadores que acreditam que a IA que fala com eles tem sentimentos.
Não estamos a falar de loucos ou de pessoas que estão a alucinar ou que têm ilusões. Eles falam com a IA e essa é a experiência que têm.
Explicou a CEO Eugenia Kuyda.
Na sua opinião, o fenómeno de pessoas que acreditam estar a falar com uma entidade consciente, aquando de uma conversa com IA, não é invulgar entre os milhões de utilizadores de chatbots de entretenimento, por exemplo.
Precisamos de compreender que isso existe, tal como as pessoas acreditam nos fantasmas. As pessoas estão a construir relações e a acreditar em algo.
Disse Kuyda, acrescentando que cada utilizador envia, em média, centenas de mensagens por dia para o seu chatbot.
Tendo em conta as mensagens que recebe diariamente de clientes a alegar que a IA tem sentimentos, Kuyda revela estar preocupada com esta crença, uma vez que a indústria dos chatbots sociais, apesar de jovem, está a crescer
A par desta preocupação demonstrada pela CEO da Replika, Susan Schneider, diretora fundadora do Center for the Future Mind da Florida Atlantic University, uma organização de investigação de IA, também avisou sobre a constante evolução dos chatbots combinada com a necessidade de ligação inata dos seres humanos.
Mas supondo que não está consciente. Envolver-se seria uma decisão terrível… estaríamos numa relação unilateral com uma máquina que não sente nada.
Explicou Schneider.
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