Nos anos 90 os telemóveis tinham autonomia para uma semana, ou… vá, no limite para 3 dias de utilização constante e isso já era uma chatice. Depois apareceram os smartphones que com os ecrãs e tecnologias novas que drenavam no mesmo dia a pouca energia e isso ainda aborrecia muito mais mas era inevitável, era assim que a evolução ordenava. Sem energia, os smartphones modernos são peças inúteis.
Mas as baterias estão a evoluir e, embora as pessoas ainda cometam erros quando as carregam, estas estão a conseguir proporcionar mais tempo de autonomia. Mas será que poderemos vir a ter um smartphone que só necessitará de ser carregado uma vez por semana?
Sim, esse dia pode acontecer mais cedo do que possa pensar. Não é ficção.
Diferença entre um telefone estúpido e um inteligente
Para percebermos como um telemóvel passou de um dispositivo estúpido para um telefone inteligente apenas temos de olhar para um smartphone e declarar efectivamente que temos um computador em miniatura nas mãos. Essa abertura temporal trouxe também componentes que passaram a depender muito mais da energia de reserva nas baterias.
O LCD que temos no ecrã é um dos principais módulos do smartphone no consumo de energia e é por lá que passam muitas dicas para se tentar aumentar a vida útil dos dispositivos. E por muito que as baterias evoluam os ecrãs cada vez evoluem mais e gastam mais.
Mas então como se pode contornar este problema?
Há várias tentativas de trazer as energias limpas para os smartphones, há imensas inovações patenteadas até porque cada vez mais o utilizador está sempre ligado ao mundo com o seu smartphone, é já visto como uma extensão do seu corpo. Mas a questão deve-se focar mais no consumo, nos ecrãs e não tanto nas baterias, aliás, sempre foi assim que a história ensinou e há várias organizações a trabalhar nesse sentido.
Uma dessas organizações – conhecida como Bodle Technologies – desenvolveu o Material com Alteração de Fase “GST” que poderá resolver o problema dos ecrãs da mesma forma como a Amazon revolucionou o seu tablet Kindle com a tecnologia E-Ink, que permitiu uma vida útil imensa, quase recorde, ao seu e-reader.
Claro que deve estar a pensar “pois mas é colossal a diferença dos fantásticos ecrãs coloridos e brilhantes dos smartphones para os monocromáticos e sombrios do Kindle”. Sim, isso é verdade, mas a tecnologia E-Ink foi desenvolvida apenas para mostrar imagens monocromáticas óptimas para a leitura, nunca para ver um vídeo no YouTube.
Mas então é aqui que está a vantagem da tecnologia do Material com Alteração de Fase (GST). Este material tem a capacidade para se transformar numa variedade de cores, dependendo dos sinais eléctricos que recebe. Na sua essência o ecrã irá funcionar num princípio semelhante ao da tecnologia E-Ink, mas com a variedade de cores.
O que é o Material com Alteração de Fase “GST”
Led by Prof Harish Bhaskaran and postdoctoral researcher Peiman Hosseini, the group, which reported its initial findings in Nature last year, found that by sandwiching a seven nanometre thick layer of a phase change material (GST) between two layers of a transparent electrode they could use a tiny current to ‘draw’ images within the sandwich ‘stack’.
As várias camadas do material são criadas recorrendo a uma técnica de pulverização catódica, onde o alvo é bombardeado com partículas de energia elevada, para que os átomos fiquem depositados de modo a formar uma camada fina. Isto torna este material potencialmente útil para utilização em óculos inteligentes, ecrãs dobráveis, pára-brisas e até retinas sintéticas, capazes de imitar as fotocélulas do olho humano.
Isto poderá significar uma longa vida das baterias, da forma como sempre esperou que a bateria fosse o ideal de funcionamento no seu smartphone. Claro que ainda está em debate qual será o impacto desta tecnologia nas baterias actuais, pois embora seja do estilo do E-Ink, trará uma utilização mais extensa e com outros recursos. Assim poderá não ser uma semana como refere o fundador da Bodle Technologiesse, Dr. Peiman Hossein, mas poderá ser perto disso, ou pelo menos poderá andar bastante acima do que actualmente temos nos nossos smartphones modernos.
Poderá ser um grande impacto esta nova tecnologia, isso não haverá dúvidas, mas até que ponto a disponibilidade das baterias não trará mais recursos que não consumirão agora o excedente deixado pelo consumo que deixou de ser feito por estes ecrãs?