A plataforma de vídeos da Google não retira automaticamente a monetização dos conteúdos criados e publicados pela comunidade LGBT. Este foi o ponto central das declarações da CEO do YouTube, numa recente entrevista. Aproveitando a ocasião, a executiva tocou também noutras temáticas sensíveis.
Ainda assim, subsistem preocupações quanto às práticas desta plataforma de vídeos da Google.
O YouTube, como um todo, tem estado sob diverso escrutínio, não só pelo regulador estatal, mas também pelo público e utilizadores. Entre estes, os maiores críticos têm sido as vozes de discórdia, perto da comunidade LGBT. Críticas repetidas perante a atitude aparentemente caprichosa desta plataforma da Google.
“Conteúdo da comunidade LGBT não perde a monetização” – Susan Wojcicki
Foi durante uma entrevista descontraída que esta séria declaração foi feita. Isto é, o pertencer, ou não, à comunidade LGBT em nada influi na atitude da plataforma. Acima de tudo, este foi o ponto transmitido pela CEO do YouTube, sonegando assim as acusações de remoção automática da monetização a este grupo.
A executiva aproveitou também a ocasião para reparar a imagem pública da sua empresa. Aliás, nos primeiros minutos da mesma vemos um mea culpa por parte de Wojcicki. Listando várias das queixas que têm ouvido e registado, a responsável máxima pela plataforma listou uma série de “reformas” já em curso no YouTube.
Com o “criador de conteúdos” no centro das preocupações, a conversa divergiu a partir desta premissa. Susan reconheceu ainda que existe muito trabalho a ser feito. Nesse sentido, tocou também nos programas de contacto com os criadores, suporte técnico aos criadores de conteúdos e sondagem geral dos mesmos.
Para Wojcicki, o YouTube é uma plataforma dinâmico. Aqui muito à semelhança da sua casa-mãe, a Google. Assim sendo, foram reconhecidos problemas a afetar atualmente a tecnológica, mas foi feita a promessa de trabalho redobrado para os ultrapassar. Em seguida, a tónica recaiu na missão do YouTube e na “liberdade”.
“O YouTube é uma biblioteca incrível de vídeos”
Seja para aprender a tocar um novo instrumento, ou ultrapassar dramas e problemas pessoais. Wojcicki destacou a vastidão de conteúdos presentes na sua plataforma de vídeos. Algo que nos remete para uma controvérsia, ainda recente, causada pelo bloqueio de vídeos de hacking, ainda que positivo.
A partir daí, a CEO do YouTube apresentou a plataforma como um centro de oportunidades. O local onde qualquer pessoa, com total liberdade, pode criar o seu negócio. Até aqui, toda a entrevista teve uma tónica positiva e descontraída, até que o vlogger Alfie Deyes tocou na temática LGBT e as políticas do YouTube.
Tomando uns momentos para pensar na resposta, Susan defendeu profusamente a comunidade LGBT. Fê-lo após o entrevistador referir os rumores de “ataque” sob a forma de remoção da monetização dos conteúdos criados pela comunidade LGBT. Para a executiva, tal não passa de uma falácia, não há qualquer verdade aqui.
A abertura na plataforma da Google
Não existe uma política de remoção automática da monetização em vídeos produzidos por alguém da comunidade LGBT. De igual modo, a executiva referiu que não existe uma lista de palavras que, se forem utilizadas no título, resultam na remoção da monetização dos conteúdos em questão.
Tudo depende do conteúdo do vídeo, do que é apresentado no mesmo e no contexto. A partir daí, caso o mesmo viole os termos e condições do YouTube, são tomadas ações como a remoção do YouTube. Assim sendo, a CEO refuta completamente todos os rumores a circular na internet e canalizados pelo entrevistador.
Susan referiu ainda as diversas qualidades dos algoritmos de inteligência artificial. Isto é, a ação das máquinas como método de resolução rápida de conflitos e garante do respeito pelas regras da plataforma. Além disso, destacou as novas ferramentas a serem gradualmente introduzidas no YouTube.
Não obstante, a CEO do YouTube reconheceu que os algoritmos estão longe de ser perfeitos. Ainda que aprendam diariamente, com base no volume de informação introduzido, a mesma confessa que não deveria existir uma remoção automática da monetização, pelo menos uma que é feita pelos algoritmos.
A partir daí, o destaque recaiu na vasta comunidade de colaboradores, seres humanos a trabalhar na plataforma da Google. Algo que colmata possíveis falhas dos algoritmos, resolvendo pessoalmente disputadas e erros na classificação por parte dos mecanismos automáticos.
A entrevista pode ser vista na íntegra, no vídeo acima.
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