São cada vez mais as pessoas que acreditam na Terra plana e a culpa será do YouTube. Pelo menos é a conclusão de um novo estudo, apontando a plataforma de vídeos da Google como principal culpada pela propagação destes ideais peculiares.
Fernão Magalhães, que em 1519 circum-navegou o planeta Terra, ficaria surpreendido com a nossa sociedade, 500 anos após a sua histórica viagem.
Numa sociedade em que nunca foi tão fácil e universalmente acessível ter acesso a quantidades de informação impensáveis no século XIX, como é que atualmente subsistem ideais que causariam arrepios a Eratóstenes? Bom, pelos vistos a culpa é da plataforma de vídeos da Google, o YouTube.
Será a Terra plana?
O assunto foi exposto pela publicação TheGuardian, citando as conclusões dos investigadores após uma série de entrevistas e estudo dos resultados. Mais concretamente, a associação foi feita após a visita a uma conferência anual, organizada pela sociedade da Terra plana.
O evento realizou-se na cidade de Raleigh, no estado norte-americana da Carolina do Norte em 2017. Já em 2018 esta mesma conferência celebrou-se na cidade de Denver, no estado do Colorado, reunindo cada vez mais participantes.
Foi num destes eventos que uma equipa de investigadores recolheu o testemunho de mais de 30 participantes, com o intuito de inquirir os seus motivos. O que é que os levou a questionar uma verdade incontestável? Um ponto assente da ciência moderna e da física atual.
O papel da plataforma de vídeos da Google
Pretendendo estudar os motivos dos participantes. Como é que cada vez mais pessoas voltavam as costas à ciência e, em seguida, adotavam esta postura radical. Por conseguinte, ao compararem os testemunhos colhidos, os investigadores chegaram a uma conclusão.
Em suma, dos 30 inquiridos, 29 apontaram o YouTube, a plataforma de vídeos da Google como fator principal para abraçarem o seu novo credo. Graças a um ou mais vídeos nesta plataforma foram cruciais para a formação de opinião dos defensores da Terra plana. Algo que é perfeitamente resumido no seguinte vídeo.
O conteúdo divulgado aí foi o formador de opinião. Foi a partir daí que todos estas pessoas passaram a acreditar e defender esta tese. Algo que acaba por ser um atestado à grande influência da plataforma de vídeos da Google. Um centro ou repositório de informação, aberto.
O YouTube como formador de opinião
Ainda assim, torna-se fácil perceber o porquê do YouTube ser a principal causa para o aumento dos seguidores desta tese. Em menos de um segundo, com uma simples pesquisa, temos milhares de resultados, incontáveis horas de conteúdo a defender a Terra plana. Algo que, por conseguinte, pode ser interpretado como prova concreta.
Asheley Andrum, líder da pesquisa em questão, aponta ainda uma das conclusões mais surpreendentes. Assim, grande parte dos inquiridos confessou ter recorrido ao YouTube para investigar o tema. Contudo, o seu propósito seria o de “gozar” com as pessoas que acreditavam na Terra plana.
Contudo, perante uma avassaladora quantidade de “informação”, a sua curiosidade começou a crescer. Com cada vez mais vídeos na plataforma a tentar justificar o porquê de a Terra não ser uma esfera, a opinião dos então céticos começou a mudar.
Por fim, estas pessoas acabaram por ser convencidas por vídeos como aquele que podem ver imediatamente acima. “Provas” e “estudos” com mais de 200 “provas” de que a Terra não é apenas uma esfera giratória na vastidão do Espaço.
Assim, resta apenas a questão. Poderá a plataforma de vídeos da Google vir a ser responsabilizada pela propagação destes ideais?