Já por diversas vezes alertámos aqui para os perigos da utilização excessiva dos smartphones, nomeadamente, da sua utilização no escuro, no período mesmo antes de dormir.
Mas estes perigos reais vêem-se agora agravados com casos semelhantes a cegueira temporária que ocorreram durante vários meses de utilização do smartphone no escuro antes de dormir.
Devem ser raras as pessoas que nunca utilizaram o smartphone ou o tablet na cama antes de dormir. Verificar as redes sociais, ver um vídeo ou YouTube ou terminar uma conversa com um amigo são hábitos bastante comuns e transversais a várias idades.
Mas este hábito está claramente a fazer mal à nossa saúde.
Há pouco mais de um ano surgiu um estudo que revelava o quão prejudicial era a luz azul emitida pelos ecrãs LED para o nosso cérebro, principalmente, antes de dormir, uma vez que esta luz interfere com a produção de melatonina – hormona responsável pela regulação do sono e vigília – no nosso cérebro.
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Agora, um novo estudo indica que a utilização do smartphone no escuro poderá estar a provocar algo semelhante a cegueira temporária.
Em causa estão os casos de duas mulheres, de 22 e 40 anos, que depois de situações repetidas de perda de visão num dos olhos, recorreram a especialistas.
No caso da mulher de 22 anos, os problemas de visão surgiram no olho direito à noite, quando já estava deitada. Segundo a paciente, durante um ano, por diversas vezes, não conseguia ver do olho direito mais do que os contornos de objectos no escuro. O olho esquerdo não apresentava qualquer problema e de manhã já via bem de ambos os olhos.
A mulher de 40 anos relatou que de manhã ao acordar não conseguia ver nada de um olho durante cerca de 15 minutos, um problema que se repetiu durante 6 meses.
Sem sintomas aparentes de perda de visão associada à cegueira temporária, os médicos, ao investigar as possíveis causas, perceberam que havia algo comum entre ambos os casos.
Os problemas de visão surgiram na sequência da utilização dos seus smartphones no escuro durante vários minutos, enquanto já estavam deitadas na cama, de lado. Neste caso, apenas um dos olhos estava a olhar para o ecrã do smartphone sendo que o outro estava tapado pela almofada.
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Em ambos os casos, não se pode falar de uma verdadeira cegueira. Trata-se sim, de um efeito semelhante àquele que ocorre quando se entra numa zona escura depois de ter estado numa zona com grande luminosidade.
Ficamos com um olho adaptado à luz porque estamos a olhar para o telefone e o outro adaptado ao escuro. Quando o aparelho é desligado e tudo fica escuro, o olho adaptado à claridade parece estar “cego”, até que consiga adaptar-se à ausência de luz
Tal como explicam os autores do estudo.
Nos casos das pessoas que utilizam o smartphone no escuro, mas que olham para ele com os dois olhos, este problema parece não surgir.