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UPS tem luz verde nos EUA para operar frota comercial de drones autónomos

A UPS é uma das maiores empresas de logística do mundo. A empresa procura entregar mais rápido e mais barato, para aumentar a sua performance. Nesse sentido, a UPS acaba de se tornar a primeira empresa americana a ser autorizada pela FAA a operar uma frota comercial de drones.

Esta tecnologia havia já sido testada em modo protótipo. Agora, a entidade reguladora deu permissão para usar drones nas entregas de mercadorias em todo o país e integrá-los com segurança no espaço aéreo.


A sua encomenda chegará pelo ar… vá esperar o drone!

Poderá estar aberto um novo meio de transporte para as encomendas que aguardamos serem entregues em casa. Isto porque está iniciado um processo de autorização para a UPS usar a sua frota de drones nas entregas.

O clean bill of health (uma autorização especial) da FAA foi entregue à empresa depois desta ter lançado um projeto-piloto. Na altura, foi mostrado ser possível que os drones pudessem interagir com as pessoas e atravessar o céu nas entregas. No entanto, para fazer isso, terá de partilhar o espaço com outros veículos voadores.

Durante este projeto-piloto, os drones da UPS entregaram mais de 1100 amostras médicas a um hospital na Carolina do Norte.

Drones autónomos que faziam entregas por sua conta e risco

Os drones responsáveis por todas essas entregas eram modelos autónomos fabricados pela Matternet startup. Apesar de estarem a ser monitorizadas, estas máquinas não eram operadas diretamente por um piloto. Conforme foi explicado e demonstrado, estas naves eram apenas vigiadas e moviam-se ao longo de rotas de voo predeterminadas.

Apesar de a UPS ter um desafio com uma escala muito maior, desde há 4 anos que a Matternet tem vindo a colaborar com os serviços postais suíços no seu próprio projeto-piloto de entrega. Contudo, na Suíça o resultado parece ter sofrido um revés e este projeto foi suspenso há dois meses após dois dos drones da Matternet terem estado envolvidos em acidentes.

Que futuro esperará a UPS com os seus drones?

Atualmente, as primeiras operações de negócios da UPS continuarão a concentrar-se em fornecer produtos de saúde aos campus médicos nos Estados Unidos (mais de uma centena nos próximos meses). Contudo, irão dentro de alguns anos cobrir entregas de mercadorias ao consumidor final.

A partir de agora, a FAA vai permitir à UPS voar os seus drones durante a noite e transportar pacotes superiores a 25 quilos. Portanto, além do convencional, a FAA autoriza ações a mais do que aquelas usadas durante o projeto-piloto. No entanto, estes drones continuarão a não poder sobrevoar zonas urbanas, como indicam os regulamentos da FAA em vigor.

Assim, estamos perante uma nova, mas esperada revolução nas entregas, tal como o próprio CEO da UPS, David Abney, disse em entrevista à CNBC. Segundo ele, era de esperar que a evolução dos regulamentos acabaria por oferecer oportunidades de distribuição em áreas residenciais. Apesar de ser já uma possibilidade, num estudo de mercado em 2017 54% dos americanos estavam contra essa possibilidade.

2017 foi o ano de lançar a semente

Este projeto, que agora vê a luz do dia, começou há uns anos. Tudo foi pensado para chegar mais longe, com mais rapidez e ao menor custo operacional. Assim, a UPS tinha já delineada a estratégia de usar uma frota de drones para entregas autónomas:

Naquela altura, a empresa semeava a tecnologia e estratégia num vídeo que foi gatilho para muitas outras inovações nesta área:

Atualmente, a Wing Aviation (de propriedade da Alphabet, empresa que controla a Google), a Amazon e a Uber ainda estão à espera para receber a mesma certificação que a UPS da FAA. Por enquanto, continuam a participar nos seus próprios projetos-piloto supervisionados pelas FAA.

Segundo dados da Morgan Stanley, as aeronaves urbanas autónomas podem tornar-se uma indústria de 1,5 mil milhões de dólares em 2040. A juntar a estes drones, na avaliação estão ainda drones verticais de descolagem e aterragem (VTOLs), táxis voadores, veículos aéreos não tripulados militares (UAVs), entre outros.

Está assim aberta a porta para um novo mercado. Resta saber como este tipo de tecnologia irá coabitar com as muitas adversidades do mundo moderno.

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