Pplware

Rússia tem processador de 128 núcleos para supercomputadores. Onde vai produzi-lo?

Uma empresa russa concebeu um microprocessador com 128 núcleos. Considerando a situação delicada do país, perante o mundo, onde vai conseguir produzi-lo?


O ecossistema de circuitos integrados da Rússia não é o mais robusto, tendo isto sido reforçado pela sua situação vulnerável perante o mundo. Sem a presença de tecnologias estrangeiras, a Rússia tem de batalhar muito mais para se sustentar e conseguir crescer em matéria de hardware.

De facto, as potências mundiais precisam de aceder a hardware de qualidade, por forma a desenvolver centros de dados para computação de alto desempenho, Inteligência Artificial e serviços em nuvem.

Apesar de se encontrar num contexto difícil, a Rússia está a traçar o seu caminho em matéria de processadores. Desta vez, por via da Ruselectronics. Esta empresa pertence à corporação estatal Rostec e é responsável pelo desenvolvimento de cerca de 80% dos componentes eletrónicos russos.

No início de 2022, pouco depois do início da invasão da Ucrânia pela Rússia, os Estados Unidos decidiram incluí-la na sua “lista negra”, afastando a tecnologia ocidental das suas mãos.

Ainda assim, com a Rússia longe das gigantes dos processadores, como Nvidia, Intel e AMD, a Ruselectronics concebeu um microprocessador com 128 núcleos e ADN russo.

 

Novo processador da Rússia não sabe onde será fabricado, nem por quem

Segundo o órgão de comunicação social russo CNews, a empresa desenvolveu uma ambiciosa plataforma de hardware e software que gira em torno de um novo microprocessador capaz de ligar até 128 núcleos e aceder a um mapa de memória principal de até 2 TB. A Ruselectronics configurou três servidores diferentes, utilizando este hardware.

O SRCEC – Scientific Research Center for Electronic Computing, divisão da Ruselectronics responsável pela conceção do hardware, desenvolveu também a tecnologia de interconexão de alto desempenho Angara, no sentido de facilitar a comunicação entre os servidores, minimizando a latência.

De acordo com fontes russas, esta implementação permite que as linhas de comunicação atinjam velocidades de transferência de até 75 Gbps, bem como escalar a infraestrutura para várias centenas de unidades. Ainda assim, as especificações destas novidades russas são, ainda, desconhecidas.

Com isto na mão, a Rússia tem, então, um novo problema: as suas fábricas de processadores mais avançadas trabalham com tecnologia de integração de 65 nm, pelo que não são suficientes para produzir um chip deste tipo.

Estando a Samsung, a TSMC e a Intel, à partida, longe das ideias da Rússia, a escolha poderá cair sobre a China. Para sabê-lo teremos, contudo, de aguardar.

Exit mobile version