É mais do que evidente que a indústria dos chips eletrónicos é uma das mais importantes e fulcrais para o desenvolvimento tecnológico e económico ao nível mundial. Mas este é também um setor por vezes instável, consoante a procura e a oferta de equipamentos.
Contudo, as mais recentes informações mostram que os chips mais baratos, muitos deles a custar apenas alguns cêntimos, são os principais responsáveis pelo bloqueio da produção global. Ou seja, há casos em que os chips de 50 cêntimos estão a bloquear a produção de carros de 50 mil dólares.
Chips mais baratos estão a bloquear a indústria global
Os equipamentos eletrónicos que temos nas nossas casas desde os smartphones, tablets, computadores e relógios até aos gadgets mais simples, como os rádios, pequenos eletrodomésticos, telefones, entre outros, precisam todos eles de chips que são então produzidos na grande indústria.
Claro que um smartphone, por exemplo, precisa de chips muito mais avançados e elaborados do que os chips que se encontram num rádio. E também por isso é que os preços são diferentes.
No entanto, o CEO da gigante TSMC, C. C. Wei, alerta que haverá um aumento de preço dos equipamentos eletrónicos não devido aos chips mais avançados, mas sim por causa destes componentes mais baratos e simples. Foi durante um evento que aconteceu recentemente, noticiado pelo canal Bloomberg, que Wei referiu que já não consegue responder à procura por chips mais baratos nas suas fábricas mais antigas. Como tal, está a erguer novas fábricas para esse fim, o que levará a um aumento de preço para colmatar o investimento.
As novas instalações vão então dedicar-se ao fabrico de chips mais básicos, cuja produção se focará na litografia de 28 nm, como vai acontecer nas novas fábricas da China, cujo fabrico se inicia no 4.º trimestre deste ano.
Segundo o CEO da TSMC, uns simples chips de rádio, que custam cerca de 50 cêntimos, estão a bloquear a produção de alguns carros que custam 50 mil dólares. Por outro lado, o executivo partilha também que a sua poderosa máquina de produção Ultra Violeta Extrema (EUV), usa um chip de apenas 10 dólares, mas cuja fabricante está a ter sérias dificuldades em conseguir obtê-lo.
Por fim, Wei diz não estar muito otimista em relação ao futuro da indústria e destaca ainda que muitos países estão a promover a produção local de chips.