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Análise: Xiaomi Mi Band 3 – Temos uma verdadeira evolução?

A forma como interagimos com a nossa tecnologia está a evoluir. As smartbands e os smartwatches vieram criar uma ligação ainda maior entre a pessoa e o smartphone, para que nada seja “perdido”, sejam os passos que damos, as chamadas que recebemos ou as horas que dormimos.

A Mi Band da Xiaomi é o grande sucesso no mundo das smartbands. A última versão, a Mi Band 3, já foi testada em pormenor e hoje mostramos-lhe tudo.


A Mi Band 3 da Xiaomi surgiu recentemente com um design renovado, com mais funcionalidades e informação dirigida ao utilizador. Não é uma “revolução” face ao modelo anterior, mas a verdade é que existem vários aspetos que a tornam mais interessante, ao ponto de podermos afirmar que a troca entre a Mi Band 2 e a Mi Band 3 faz sentido.

O design

A Mi Band 3 tem um design melhorado, com cuidado notório em vários pormenores. Começando pela bracelete, esta está mais suave e confortável no pulso, mesmo em dias de mais calor ou quando se transpira mais, em exercício.

O ecrã OLED de 0,78 polegadas agora é revestido por um vidro único curvo, com um botão tátil na zona inferior, numa concavidade que se confunde na estrutura.

Por baixo, na zona que assenta no pulso, encontra-se o sensor de batimentos cardíacos com uma ligeira saliência. Já na Mi Band 2 esta saliência existia, mas agora está menos vincada não criando tanto incómodo ao usar.

A forma como se encaixa na bracelete também está diferente, mais segura. Existe agora uma ranhura mais vincada que faz com que seja muito difícil que a Mi Band salte da bracelete. A Mi Band 3 é agora também resistente a água a uma profundidade até 50 metros.

O novo ecrã tátil e as suas funcionalidades

O ecrã da Mi Band 3 é OLED de 0,78 polegadas e é totalmente tátil. Este ecrã tem naturalmente mais qualidade que a versão 2, com um brilho mais intenso o que lhe garante uma visualização melhor em ambientes com muita luz, ainda que não seja perfeito.

O facto do ecrã ser tátil traz uma nova forma de interação com a Mi Band. Com o deslizar do ecrã para cima e para baixo há mudança entre menus e, nos menus, para consultar as várias opções deverá ser feito um movimento para a esquerda ou direita. Para selecionar as opções pretendidas, deverá ser dado um toque longo no botão abaixo do ecrã.

O que mostra a Mi Band 3

A interação com a Mi Fit

A Mi Band 3 liga-se ao smartphone através da aplicação Mi Fit [disponível para Android e iOS], uma aplicação gratuita e desenvolvida pela Xiaomi. Quem já tem uma Mi Band ou um smartwatch Amazfit Bip certamente que já está familiarizado com a app.

Para ligar a Mi Band 3, a primeira coisa a fazer passa mesmo por instalar a app no smartphone e avançar para o emparelhamento. Todo este processo é bastante simples e intuitivo.

Na aplicação, o utilizador vai então poder controlar e gerir todas as notificações que chegam à Mi Band e toda a informação por ela gerada, criando gráficos informativos com o histórico da monitorização de sono, da frequência cardíaca e passos diários dados.

Uma vez que a Mi Band não dispõe de GPS, o que não é encarado como uma desvantagem dado o preço da smartband, para que os exercícios sejam monitorizados de forma mais precisa, nomeadamente se estivermos a falar de desportos ao ar livre, o ideal é fazer-se acompanhar também do smartphone com o sistema de localização ativo. Poderá utilizar a app Mi Fit para monitorizar a prática de alguns exercícios, como Corrida ao ar livre e na passadeira, Bicicleta e Caminhada.

A precisão na medição dos dados recolhidos

A Mi Band 3 não traz novidades quanto aos dados recolhidos. Conta passos, monitoriza o sono e mede batimentos cardíacos. É evidente que esta não é uma smartband de alta precisão nos dados que se propõe recolher, não sendo indicada aos utilizadores que têm problemas de saúde que necessitem de uma monitorização rigorosa, nem dos atletas com as mesmas exigências.

Esta é uma smartband que permite, com boa fiabilidade, analisar a evolução da atividade física e do nível de sedentarismo do utilizador.

Numa comparação direta com a Mi Band 2 foi percetível que a contagem de passos é mais precisa agora, mas ao nível de batimentos cardíacos e monitorização do sono, não há diferenças significativas.

A Mi Band ainda emite alertas de sedentarismo e recebe notificações de chamadas, sendo que o nome/número, apenas irão aparecer caso o smartphone tenha o idioma em inglês, e recebe SMS que podem ser lidas no relógio. Existem caracteres que podem não ser assumidos por limitações do firmware.

O problema do idioma e a solução

A questão do idioma tem suscitado muitas dúvidas aos potenciais compradores. A Mi Band 3 está disponível nas versões global e chinesa. Na versão global a Mi Band deverá chegar já com idioma em inglês, mas a versão chinesa apenas em chinês. No entanto, se o utilizador alterar o idioma do smartphone para inglês, a Mi Band passará automaticamente para esse idioma. Até aqui não existe nenhuma novidade face aos modelos anteriores.

Mas e em Português? A Xiaomi não criou propriamente a Mi Band para o mercado ocidental, por isso está limitado ao nível de idiomas, sendo que o Português ainda não está contemplado. Ainda assim, existe uma comunidade que se dedica à criação de firmware com vários idiomas disponíveis e que podem ser adicionados à Mi Band. Todo o processo de alteração está explicado no seguinte vídeo.

Se por alguma razão pretender reverter todo o processo, precisa apenas de fazer o download do firmware original e instalar utilizando o mesmo processo.

A bateria

A autonomia da Mi Band varia entre 7 a 20 dias, dependendo muito do tipo de utilização. Se se mantiver o sensor de batimentos cardíacos a monitorizar o sono ou o exercício de forma contínua e se recebem muitas notificações, fica-se por cerca de 7 dias. Caso contrário, pode estender-se aos 20 dias.

O método de carregamento mantém-se igual ao das Mi Band anteriores, com um encaixe próprio com ficha USB. De notar que a Mi Band 3 não deve ser carregada nos encaixes das anteriores dada a diferença da nova estrutura.

Veredicto

A Mi Band 3 encontra-se disponível a partir de 22€, um preço que faz dela uma das melhores opções do segmento, dada toda a estrutura que a Xiaomi oferece, não só na pulseira, mas na própria app Mi Fit.

A substituição da Mi Band 2 pela Mi Band 3 também faz sentido sendo que tem um design mais elegante, um ecrã maior que oferece mais informação ao utilizador, é mais precisa na contagem de passos e pode agora ser utilizada em desportos náuticos com uma resistência maior à água, até 50 metros de profundidade.

No entanto, ao nível de batimentos cardíacos, monitorização do sono e recolha de dados adicionais, não traz nada de novo. No caso dos batimentos cardíacos, a medição exige que o utilizador esteja mesmo imóvel, sob pena da medição falhar. Em relação à Mi Band 2 os valores da medição não apresentam diferenças relevantes.

Xiaomi Mi Band 3

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