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Análise Samsung Omnia II com Windows Mobile 6.5

A TMN, conforme demos a conhecer aqui, lançou para o mercado os primeiros smartphones equipados com o novo Windows Mobile 6.5. O mercado reclamava respostas da gigante  norte americana face às propostas da concorrência com Android e Iphone OS.

Nesta altura, com um distanciamento conveniente desde a saída do Windows Mobile 6.5, propusemos  uma análise a uma máquina de topo da Samsung.

Veja uma análise imparcial, meticulosa e cuidada pela mão do Filipe Lourenço, será que o Omnia II com o Windows Mobile 6.5 consegue estar à altura da concorrência?


Por Filipe Lourenço para o Peopleware A análise que optei por fazer é uma mera opinião pessoal de quem utiliza diariamente um dispositivo que serviu como base de comparação, o HTC Touch Diamond.


Aspecto exterior

Quando recebi o Samsung Omnia e o retirei da caixa fiquei impressionado com o seu tamanho. Estou habituado a andar com o PDA mais pequeno do mundo no bolso, sem bolsa de protecção, e não sou lá grande fã de “tijolos”. O seu tamanho é semelhante a um iPhone, para quem não tem problemas com o tamanho está perfeito.


O aspecto exterior está bem conseguido, é equilibrado e agradável de olhar. Dispõe das teclas necessárias para um dispositivo que pode ser operado apenas com os dedos, daí inclusive a caneta vir como um extra dentro da caixa. O tamanho do ecrã elimina a necessidade de se recorrer à caneta.

Tem botões de volume do lado esquerdo, um botão para desbloquear e um de câmara do lado direito. Em cima temos o jack de 3.5mm para os auscultadores e a ranhura para ligar o cabo de dados/carregador, devidamente protegida, marca pontos aqui a Samsung.

Na frente, em baixo temos os botões de chamada e um botão central com a forma de um cubo que serve para lançar o menu principal. Este pode ser configurado para um cubo 3D que serve de lançador de programas, mas devo dizer que a sua utilização é penosa e nada intuitiva. A listagem configurável em grelha é por isso mais apreciada.

Após observar o aparelho lá o liguei e fui brindado com o esplendor do seu ecrã AMOLED que consegue um contraste brutal. Mas passados uns segundos após observação mais detalhada logo me apercebi de uma lacuna que considero grave num equipamento com um ecrã deste tamanho (3.7”), a sua baixa resolução.

A Samsung brinda-nos com um ecrã com qualidade excelente mas com uma resolução demasiado baixa que não permite tirar partido da beleza total da nova tecnologia AMOLED. Porém aqui não há nada a fazer já que o Windows Mobile actualmente não suporta resoluções acima de WVGA (800×480). Parece bastante, mas num ecrã tão grande como este, notam-se a olho nu os pixeis e esvai-se um pouco o encanto.

Fiquei desiludido com este facto, pois o meu Diamond tem um ecrã de 2.8” mas tem exactamente o mesmo número de pixeis horizontais que o Omnia II. Daí o efeito ser o que se vê nas fotos abaixo.

Fora isto, o contraste como disse é excelente (pretos são realmente pretos) e isso acaba por compensar de certa forma a falta de resolução.

Interface

Após esta análise superficial comecei então a explorar o interface que a Samsung inclui, o TouchWiz. O conceito é simples: “Aqui tens 3 ambientes de trabalho, escolhe um fundo e arrasta para aqui widgets”. Eu não sou fã de widgets, no Windows Vista e agora no Seven foi das primeiras coisas que removi, porém há quem aprecie. Ora então dado o mote, lá escolhi eu uns widgets essenciais para colocar no meu primeiro ambiente de trabalho. Basta abrir a barra dos widgets e arrastar o que queremos. Podemos escolher a localização deles e se não gostarmos basta arrastar de volta para a barra. É engraçado e permite muita personalização. Podemos ter, por exemplo, um ambiente de trabalho com coisas de trabalho, outro com multimédia e outro com botões para configurar o telefone, como ligar o Bluetooth ou o WiFi.

No entanto, o conceito é giro e até funciona, mas podia ser perfeito se, e lá está, houvesse mais resolução e portanto mais espaço para os widgets. Estes ocupam uma grande área e como são todos diferentes, em cores e formas/tamanhos, o ambiente de trabalho fica facilmente saturado.

Uma nota: qualquer interacção no ecrã origina uma leve vibração (haptic feedback) que acaba por ser bom para termos a certeza que o toque no ecrã resulta numa acção. O problema dos touchscreens é a falta de feedback, aqui a Samsung resolve esse problema. Gostei.

Visto o “home screen” fui à procura do Windows Mobile 6.5. O tão falado 6.5 que é praticamente igual ao 6.1 mas com meia dúzia de melhoramentos para utilização fácil com os dedos. Esperava encontrar os famosos ecrãs de configuração do Windows Mobile, iguais desde o Windows CE e portanto feios e nada optimizados para touch-screens.

Vasculhei quase tudo, opções do telefone, de som, do ecrã, etc… E no fim de cessar a minha procura fiquei impressionado com o trabalho da Samsung. É que quase todos os interfaces do Windows Mobile estão mascarados com interfaces optimizados para touch, com letras e botões grandes e de fácil manuseamento com os dedos. Justifica-se então a não inclusão de caneta, pois tudo pode ser feito a partir dos dedos. Excelente trabalho da Samsung neste aspecto.

Viver com o Omnia II

Continuando a minha jornada, desta feita queria saber como era viver com o Omnia II. Então coloquei-o no bolso das calças de ganga, HTC de um lado e Samsung no outro. Nota-se claramente o tamanho do aparelho e não o achei prático para trazer no bolso. O seu manuseamento dificilmente pode ser feito recorrendo exclusivamente a uma mão. Fiz umas chamadas e o som do altifalante é muito bom, o toque ouve-se alto e com clareza e a vibração é forte q.b. Já o som da chamada podia ser melhor, é algo abafado, mas julgo que é dentro da média.

Para a escrita de mensagens é-nos oferecido um teclado virtual QUERTY, que graças ao tamanho do ecrã julgo ser de fácil habituação. Porém nos dias em que estive com ele não me safei lá muito bem porque no meu HTC (que inclui 3 tipos de teclado) uso um teclado virtual numérico como o de um telemóvel normal. Além disso a escrita inteligente é pouco user-friendly e não tolera muito bem as falhas nas letras que recebe. Acrescento ainda que este não é o telemóvel indicado para quem quer escrever rápido já que mesmo que se tecle rápido, o sistema é extremamente lento a receber o input e quase que se tem de escrever uma letra por segundo para ele receber todas as letras. Julgo, no entanto, que este problema será resolvido com actualizações de firmware no futuro. Lembro que o HTC Diamond quando saiu também vinha com imensos problemas e com as actualizações frequentes de ROM os problemas foram sendo eliminados.

Performance

Vou agora referir um dos trunfos do Omina II, o seu poder de processamento. Graças ao novo processador de 800MHz tudo é rápido, muito rápido, não ao nível de um iPhone mas quase! É uma delícia ordenar a abertura de qualquer coisa e não ter que esperar 4 ou 5 segundos até que ela abra, como acontece com quase todos os equipamentos com Windows Mobile. São incluídos 256MB de memória RAM que são quase todos preenchidos com o interface TouchWiz, deixando pouca memória para aplicações extra (neste momento sem nada a correr dispõe de 47MB livres).

WiFi & Web

A recepção WiFi é boa, sem nada de negativo a apontar. O browser incluído é o Opera Mobile 9.5, que é o melhor browser que existe para mobilidade. Navegar nas páginas é fácil e muito intuitivo. Pena não vir com suporte para Flash.

GPS

Para testar o GPS tive que instalar o Google Maps, já que não vem nada incluído que permita pelo menos ver se o GPS funciona. Demorou 2 minutos a fixar satélites “a frio”. O Diamond demorou 30 segundos. Para testar se há atraso na recepção do sinal teria que instalar um programa de navegação, portanto este teste fica para cada um descobrir.

Câmara

A câmara incluída é satisfatória, inclui um flash de LED que desenrasca em situações de pouca luz, tem auto-focus, 5MP, detecção de sorrisos, etc. Esperava mais qualidade, mas acaba por ser mais um exemplo de muita parra e pouca uva, já que as fotos a 5MP não são nada de especial. Tem a resolução mas não tem a qualidade, portanto acaba por ser 5MP de imagem pouco nítida.







Não testei a câmara a fundo porque num equipamento destes é suposto esta ser um acessório de desenrasque e não uma funcionalidade essencial. Porém a Samsung coloca este aparelho numa posição de multimédia e assim sendo acaba por deixar algo a desejar. No que toca a fotografia em dispositivos móveis sabemos que a Sony Ericsson é que reina. Tirei umas fotos comparativas com o meu HTC e o Samsung e vê-se que o Samsung é melhor mas não é nada de substancial.

Fotos da Câmara





Conclusão

A Samsung com este aparelho tentou reunir aspectos chave do iPhone e melhorar o seu predecessor. Conseguiu um aparelho muito equilibrado e capaz, mas não perfeito. Está virado para um sector em franco crescimento (smartphones multimédia) e procura um lugar ao sol. Houve uma aposta forte na personalização e no encobrimento do Windows Mobile (nem se nota que está a correr sobre WM) que é claramente uma aposta ganha já que o interface TouchWiz está recheado de coisas boas. O seu manuseamento é uma delícia graças à elevada performance do potente processador.

Como pontos que não gostei no aparelho destaco a razoável qualidade da câmara, a baixa resolução do ecrã, a escrita penosa de mensagens e uso excessivo de memória que limita a expansibilidade.

Assim considero que o Samsung Omnia II esteve perto de atingir a perfeição, mas ainda não foi desta.

Numa escala de zero a 10, eu atribuo 8 pontos.

Outras análises:


Homepage: Samsung Omnia II TMN
Homepage: Samsung Omnia II

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