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Voyager 2: NASA anuncia que a nave entrou no espaço interestelar

A Voyager 2 segue a Voyager 1 ao se aventurar no espaço interestelar, de acordo com Ed Stone, da NASA, que fez o anúncio numa reunião da União Geofísica Americana.

A nave, que deixou a Terra em 1977 e tem voado pelo espaço desde então, torna-se apenas no segundo objeto feito pelo homem a sair da nossa vizinhança galáctica.


Voyager 2 tem ainda instrumentos operacionais que a Voyager 1 não tem

A Voyager 2 leva consigo um instrumento pioneiro que envia de volta observações dessa parte desconhecida do espaço, transmitindo-as a 11 mil milhões de quilómetros para os cientistas da NASA.

Os operadores da missão ainda são capazes de comunicar com a nave espacial, mas são necessárias informações – movendo-se à velocidade da luz – em 16,5 horas para fazer a longa jornada.

Esta ilustração mostra a posição das sondas Voyager 1 e Voyager 2 da NASA, fora da heliosfera, uma bolha protetora criada pelo Sol que se estende bem para lá da órbita de Plutão (NASA / JPL-Caltech )

 

Estão as duas sondas longe, mas ainda não saíram complementarmente do sistema solar

Segundo a NASA, os indícios mais fortes de que a Voyager 2 terá deixado a heliosfera – a bolha de partículas e campos magnéticos criados pelo sol que envolve o sistema solar – foram enviados por um instrumento a bordo da sonda.

Desde 5 de novembro que o Plasma Science Experiment deixou de registar esses fenómenos relacionados com a atividade do sol.

A agência espacial norte-americana referiu que, apesar de ambas as sondas terem já deixado a heliosfera, ainda não se pode dizer que tenham saído por completo do sistema solar.

O limite está atualmente fixado na “Nuvem de Oort”, um conjunto de objetos celestes que ainda estarão sujeitos à gravidade do sol. De acordo com a NASA, serão precisos 300 anos para a Voyager chegar a este destino e possivelmente 30 mil anos para abandonar de vez o sistema solar.

Estas sondas estão a durar mais do que algum dos seus criadores imaginou e a visitar lugares que nunca se passou ser possível descobrir com equipamentos tão antigos.

Trabalhar na Voyager faz-me sentir como um explorador, porque tudo o que estamos a ver é novo.

Revelou John Richardson, investigador responsável do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em Cambridge.

As sondas estão as duas para lá da heliopausa, uma região localizada ao redor do Sistema Solar onde o vento solar é parado pelo meio interestelar. Um lugar desconhecido que poderá ter agora duas exploradoras criadas pelos humanos na Terra.

Mesmo que a Voyager 1 tenha cruzado a heliopausa em 2012, ela atravessou num lugar diferente e num horário diferente, sem os dados do PLS. Então, ainda estamos a ver coisas que ninguém viu antes.

Assim como os dados de plasma, a Voyager 2 ainda está a enviar de volta à Terra outras informações que confirmaram a sua saída do Sistema Solar e serão úteis para os cientistas que estudam o espaço interestelar. É esta a região conhecida como a “heliopausa”… porque existe no limite da influência do Sol e ainda é desconhecida pelos cientistas.

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