A Voyager 1, lançada pela NASA em 5 de setembro de 1977, é atualmente a nave espacial mais distante da Terra. Está localizada no espaço interestelar, fora da heliosfera, a bolha de partículas carregadas e campos magnéticos que emanam do Sol. Em termos de distância, esta sonda está a mais de 24 mil milhões de quilómetros de casa. Depois de graves problemas, a NASA refere que a velha nave está de novo a fazer ciência.
A Voyager 1 da NASA, a nave espacial mais distante da Terra
Os quatro instrumentos da Voyager 1 voltaram a funcionar depois de um problema informático em novembro, informou esta semana o Laboratório de Propulsão a Jato. A equipa recebeu pela primeira vez informação significativa da Voyager 1 em abril, e recentemente ordenou-lhe que começasse a estudar novamente o seu ambiente.
Lançada em 1977, a Voyager 1 está à deriva no espaço interestelar, ou seja, o espaço entre sistemas estelares. Antes de chegar a esta região, a nave espacial descobriu um fino anel à volta de Júpiter e várias luas de Saturno. Os seus instrumentos foram concebidos para recolher informação sobre ondas de plasma, campos magnéticos e partículas.
A sua gémea Voyager 2 – também no espaço interestelar – está a mais de 19,31 mil milhões de quilómetros.
Tecnologia dos anos 60 e 70 ainda dura
A Voyager 1 possui um detetor de raios cósmicos, um magnetómetro, um detetor de ondas de plasma, e um detetor de partículas de baixa energia, todos ainda operacionais. Para além destes equipamentos, possui um espectrómetro de ondas ultravioleta e um detetor de ventos solares, já fora de operação.
Ainda está equipada com um disco (e a respetiva agulha) de cobre revestido a ouro, contendo uma apresentação para outras civilizações, com 115 imagens (onde estão incluídas imagens do Cristo Redentor no Brasil, a Grande Muralha da China, pescadores portugueses, entre outras), 35 sons naturais (vento, pássaros, água, etc.) e saudações em 55 línguas, incluindo em língua portuguesa, feita por Portugal e pelo Brasil.
Foram também incluídos excertos de música étnica, de obras de Beethoven e Mozart, e “Johnny B. Goode” de Chuck Berry. Atualmente, a Voyager 1 é o mais distante objeto feito pelo homem a partir da Terra, viajando fora do planeta e distanciando-se do Sol a uma velocidade relativamente mais rápida que qualquer outra sonda.
Até há alguns meses, apenas dois dos quatros instrumentos científicos funcionavam com normalidade. Contudo, esta realidade já foi alterada: a agência informou nesta semana que todos os equipamentos usados para estudar ondas de plasma, campos magnéticos e partículas voltaram a retornar dados científicos utilizáveis.
A NASA, contudo, continua a monitorizar o hardware e o software.
Os engenheiros irão ressincronizar o software de cronometragem nos três computadores de bordo da nave espacial para que possam executar comandos no momento certo. A equipa também fará manutenção no gravador digital, que regista alguns dados do instrumento de ondas de plasma enviados à Terra duas vezes por ano.
Revelou a NASA em nota à imprensa.