Como temos vindo a acompanhar, o processo de vacinação está correr bem em Portugal apesar de ter faltado bastante gente nos últimos tempos à segunda dose. De acordo com a Task Force portuguesa, cerca de 90 mil pessoas faltaram à segunda dose.
Ainda relativamente à vacinação, a resposta à variante Delta pode ser conseguida através da vacinação de crianças. No entanto, os reguladores aguardam por mais dados.
Vacina para menores de 12 anos pode ajudar a reduzir contágios da variante Delta
A vacinação de menores de 12 anos contra a COVID-19 é considerada determinante para reduzir contágios e combater a variante Delta. Os reguladores não avançam ainda, pois referem estar à espera de mais dados de resultados de ensaios clínicos para tomarem decisões.
A Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) confirmou à Lusa que ainda não recebeu nenhum pedido das empresas farmacêuticas para aprovar a vacinação de crianças com menos de 12 anos.
Os ensaios clínicos pediátricos são geralmente estruturados para que uma vacina seja estudada primeiro em adolescentes e, progressivamente, em crianças menores de 12 anos. Se os dados de uma faixa etária mostram que a vacina é segura e que confere uma boa resposta imunitária, as farmacêuticas podem enviar os dados à EMA para a sua aprovação nessa faixa etária.
As duas vacinas de tecnologia RNA mensageiro (mRNA) aprovadas pela EMA e que estão a ser administradas na União Europeia (UE) podem ser utilizadas em crianças, mas, para já, apenas a partir dos 12 anos.
De relembrar que a 28 de maio de 2021, a vacina do consórcio Pfizer/BioNTech foi aprovada para utilização em menores dos 12 aos 15 anos na UE e, em 27 de julho, a da farmacêutica Moderna recebeu a `luz verde´ da EMA para imunização de adolescentes entre os 12 e os 17 anos.
O virologista José Miguel Pereira referiu que os benefícios dessa imunização superam os riscos, tendo em conta que “uma criança vacinada é menos uma que fica doente e é também uma fonte de contágio de menor importância”. O virologista refere ainda que se as crianças forem vacinadas, a “infeção por SARS-CoV-2 será gradualmente menos transmitida com todos os benefícios que daí se podem antecipar”.
Apesar de uma criança infetada correr um menor risco de contrair uma forma grave de covid-19 do que um adulto, a vacinação permite que seja “menos capaz de transmitir a infeção” a terceiros, uma vez que a sua carga viral, se existir, será mais reduzida do que se não tivesse imunizada, remata.
Em Portugal, dados recentes da Direção-Geral da Saúde indicam que a incidência de novas infeções nos jovens por 100 mil habitantes acumulada a 14 dias está a baixar, apesar de continuar a apresentar valores bastante elevados.