Ontem, dia 4 de janeiro, a Terra atingiu o periélio, isto é, na sua viagem à volta do Sol, este foi o momento em que esteve mais perto da estrela. Por coincidência, o nosso planeta foi atingido hoje por uma forte tempestade geomagnética que obrigou mesmo ao desvio de um satélite da sua órbita.
Esta tempestade, que ocorreu no Sol no passado dia 30 de dezembro, está agora a chegar até nós. Segundo os especialistas, é expectável que cause distúrbios nos campos magnéticos da Terra.
Um evento anual que coincidiu com um evento casual
Não teve nada a ver o facto de a Terra ter atingido o periélio e, simultaneamente, ser atingida pelo resultado de uma ejeção de massa coronal.
Conforme já explicámos aqui, o periélio, que vem de peri (à volta, perto) e hélio (Sol), é o ponto da órbita de um corpo, seja ele planeta, planeta anão, asteroide ou cometa, que está mais próximo do Sol. Tendo em conta a órbita mais ou menos elíptica à volta do Sol, há uma altura do ano que a Terra está mais perto, o tal periélio e outra em que está mais longe, o afélio.
A título de curiosidade, ontem a Terra encontrava-se a cerca de 147 milhões de quilómetros do Sol, e viajava a velocidade de 110.700km/h.
Forte tempestade solar atinge hoje a Terra
Apesar de ocorrerem os dois eventos na mesma linha temporal, é importante referir que nenhum dos dois causará impacto significativo à Terra ou aos seus habitantes. Mesmo esta ejeção de massa coronal em específico não causará grandes danos, a não ser alguns apagões nos sinais de rádio e auroras boreais mais ao sul do que costume.
Assim, iremos ver impactos, prováveis, nas comunicações de rádio, redes elétricas, GPS, bem como satélites. Estes últimos deverão ser afetados pelas mudanças nos campos magnéticos, a medida que a tempestade solar provoca efeitos na Terra. De acordo com o Observatório Solar da Agência Espacial Europeia, esta ejeção ocorreu no lado oculto do sol, muito brilhante e rápida, como demonstram as imagens captadas.
Movie of SDO/AIA running ratio images for the eruption from a region 10°–15° behind the east limb. Nice coronal wave that apparently passed both poles. The associated flare was tagged only C3.2, but as in my last tweet it was probably X-class if seen on the front side. pic.twitter.com/8fxExzh3zp
— Halo CME (@halocme) January 3, 2023
A energia que chega à Terra deverá provocar estes problemas até dia 7 de janeiro. Alguns já se estão a fazer sentir, ontem ocorreu o desvio de órbita de um satélite australiano, além de belíssimas auroras boreais.