Quando apareceu pela primeira vez este fenómeno, as imagens provocaram um grande alarido. Afinal, o solo marciano parecia “infestado” por aranhas… gigantes. Contudo, estas figuras de aranhas têm uma explicação. Então, o que são estas supostas “aranhas”?
Chuvas de abril trazem as flores de maio na Terra e “aranhas” a Marte
Foram detetadas pequenas manchas sazonais, semelhantes a aranhas, que brotam de fendas na superfície de Marte.
O orbitador Mars Express, da Agência Espacial Europeia, captou novas imagens de pequenas manchas escuras que se assemelham a aranhas que se deslocam na região marciana conhecida como Cidade Inca, perto do Polo Sul do Planeta Vermelho.
Este fenómeno surge quando a luz solar da primavera aquece as camadas de dióxido de carbono depositadas durante o escuro inverno marciano.
Por sua vez, o gelo de dióxido de carbono na camada inferior transforma-se em gás, que se acumula e acaba por romper o gelo sobrejacente até 1 metro de espessura, de acordo com um comunicado da ESA.
O gás libertado transporta poeira escura do solo subjacente para cima, forçando-a a explodir das camadas superiores de gelo como água de um geiser antes de se depositar na superfície. Isto cria as formações rachadas e arenosas que medem entre 45 metros a 1 quilómetro de diâmetro.
Ruínas Incas da Terra espelhadas em solo marciano
A Cidade Inca de Marte, formalmente conhecida como Angustus Labyrinthus, exibe uma rede linear, quase geométrica, de cumes como as ruínas Incas na Terra. Faz parte de uma caraterística circular com cerca de 86 km de largura, sugerindo que pode ser uma cratera de impacto com cristas formadas por lava que sobe através da crosta marciana fraturada e sofre erosão ao longo do tempo.
Ainda não sabemos exatamente como se formou a Cidade Inca. Pode ser que as dunas de areia se tenham transformado em pedra ao longo do tempo. Talvez material como magma ou areia esteja a infiltrar-se através de folhas fracturadas de rocha marciana. Ou, os cumes podem ser ‘eskers’, estruturas sinuosas relacionadas com glaciares.
Afirmam os responsáveis da ESA no comunicado.
Portanto, se estiver a olhar para Marte e lhe “saltar à vista algo familiar”, acredite, é pura coincidência e ilusão de ótica.