Os cientistas detetaram rajadas rápidas de rádio (FRBs) vindas de uma galáxia a mais de 500 milhões de anos-luz da Terra. Estes sinais de rádio que chegam ao nosso planeta com uma frequência que cientistas não sabem explicar.
Estas emissões, catalogadas como FRB 180916.J0158+65, são curtas, fortes e frequentes. Serão de origem alienígena?
Rajadas Rápidas de Rádio estão a intrigar os astrónomos
As rajadas rápidas de rádio [FRBs] – que há muito tempo deixaram os cientistas perplexos – são transmissões curtas e poderosas de radiofrequência originadas fora da nossa galáxia.
A fonte precisa dos FRBs ainda não é conhecida. As teorias variam desde uma estrela de neutrões de rotação rápida e um buraco negro, até sinais de civilizações alienígenas.
Agora, uma equipa internacional de astrónomos apoiada pelo projeto Canadian Hydrogen Intensity Mapping Experiment (CHIME/FRB), com base na Colúmbia Britânica descobriu que uma fonte de rádio misteriosa, vinda de uma galáxia a cerca de 500 milhões de anos-luz do nosso sistema solar, está a enviar rápidas explosões de rádio como um relógio num ritmo maliciosamente regular.
Surpreendente ciclo regular de rajadas
Conforme é referido, este ciclo de rajadas estende-se por um período de aproximadamente 16 dias, incluindo 1 a 2 explosões por hora durante um período de quatro dias e depois um intervalo de 12 dias antes de começar novamente.
A natureza rítmica deste FRB – designado FRB 180916.J0158+65 – é uma pista importante para o que pode estar a causar as rajadas em geral, dizem os cientistas.
Segundo a opinião dos especialistas, existe um objeto altamente energético que pode estar a orbitar um grande companheiro que ocasionalmente bloqueia o seu sinal:
Dada a localização da fonte na periferia de uma enorme galáxia espiral, um companheiro de buraco negro supermassivo parece improvável, embora os buracos negros de baixa massa sejam viáveis.
Explicaram os investigadores do projeto.
Sinais vindos de uma galáxia distante serão alienígenas?
A questão natural, do ponto de vista de um leigo, é se este sinal estranhamente regular poderia ser guiado por alguma inteligência extraterrestre. Contudo, os cientistas não mencionam essa possibilidade no seu jornal.
Os pulsares são um fenómeno astronómico semelhante. Quando Jocelyn Bell Burnell e Antony Hewish, que identificaram o primeiro pulsar em 1967, avistaram os poderosos feixes de radiação eletromagnética emergindo de uma estrela distante, eles não tinham a certeza do que estavam a ver.
Não acreditávamos realmente que tínhamos captado sinais de outra civilização, mas obviamente a ideia tinha passado pela nossa cabeça e não tínhamos provas de que era uma emissão de rádio totalmente natural.
Referiu posteriormente Jocelyn Bell Burnell.
Apesar de se saber informações relativas a estes sinais de rádio e a outros eventos que viajam por todo o Universo, poderá haver aqui uma questão pertinente de interpretação.
É um problema interessante – se alguém pensa que pode ter detetado vida noutro lugar do universo, como anunciar os resultados de forma responsável?
O objeto FRB rítmico pode bem, com o tempo, ser identificado como um fenómeno do tipo pulsar. Contudo, até que a possibilidade de uma origem alienígena seja absolutamente descartada, ela permanece uma possibilidade muito real.