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Sexo no espaço? É um tema tabu para as agências espaciais… mas vai acontecer!

A humanidade está cada vez mais perto das viagens interplanetárias e da exploração espacial mais abrangente. Viagens mais acessíveis, abertas a pessoas comuns, turismo que levará ao espaço muito mais humanos. O sexo fora da Terra parece ser um assunto tabu para as agências espaciais.

Agora, um grupo de cientistas canadiano, propôs que se desenvolvesse a “sexologia no espaço”.


Sexo no espaço, será um assunto proibido?

O tema é espinhoso, uma vez que o sexo fora da Terra é tabu em agências aeroespaciais. Contudo, um grupo, liderado por Simon Dubé, investigador da Universidade de Concórdia, em Montreal, Canadá, publicou um artigo no final do ano passado, chamado “The Case for Space Sexology” (ou, “O Caso a Favor da Sexologia do Espaço”, em tradução livre).

Segundo o que foi escrito, os cientistas defendem que “embora a ciência espacial possa levar-nos para o espaço sideral, serão as relações humanas que determinarão se floresceremos como uma civilização ocupante do espaço”.

A tese argumenta também que a vida nos habitats espaciais pode influenciar as funções reprodutivas e sexuais dos astronautas, restringir a privacidade, impor novos protocolos de abstinência e higiene íntima, além de aumentar os riscos de conflitos interpessoais.

Apesar disso, dizem que pouca atenção está a ser direcionada à questão sexual no espaço.

Para colmatar esta lacuna, há uma proposta para o desenvolvimento de um novo campo de estudos, a chamada sexologia do espaço.

Para avançarmos, as organizações da área devem parar de evitar os tópicos sexuais e reconhecer por completo a importância do amor, do sexo e das relações íntimas na vida humana.

Escreveram os cientistas num texto conjunto publicado em setembro de 2021, no jornal online científico “The Conversation”.

Por serem do Canadá, os investigadores propõem que a agência espacial do país, a CSA, seja pioneira no desenvolvimento do tema, para ser pioneira num assunto que parece arredar as restantes agências.

Um assunto polémico na NASA

Este assunto tem sido um tópico polémico na NASA. Aliás, a agência espacial diz agora que “pode ser tempo de estudar o sexo no espaço, pois os peritos afirmam que é ‘crucial’ para missões de longo curso à Lua e a Marte”.

Portanto, se no passado a agência espacial considerava que a atividade sexual no espaço podia atrapalhar a harmonia da tripulação e, como tal, causar problemas na realização das missões, hoje o assunto está a mudar.

Um dos argumentos para justificar o não interesse da NASA no assunto será pelo facto de esta instituição ser uma agência pública que é financiada por verbas estatais. Com, tal, existe uma pressão de parlamentares conservadores para que os fundos não sejam investidos nesse tipo de estudo.

“Nenhuma investigação jamais explorou as relações íntimas, nem a experiência humana das funções sexuais e do bem-estar, seja no espaço ou em análogos do espaço, nem a maneira como isso pode afetar a performance da tripulação.

Afirmou Dubé em entrevista ao site americano Mic.

Mas como funciona o sexo no espaço?

Não se sabe. Uma das questões mais curiosas apontadas pelos cientistas canadianos é que, desde que a exploração espacial começou, há estudos sobre como ela afeta praticamente todas as funções humanas, como fluxo sanguíneo, força muscular e o esqueleto, e até mesmo o equilíbrio das hormonas.

No entanto, não se sabe grande coisa sobre os efeitos da exploração espacial no sistema reprodutivo.

Apesar de haver falta de investigação no tempo moderno, desde que, na década de 1980, a União Soviética lançou ao espaço a estação Mir, que permitia que os astronautas permanecessem no espaço durante meses, a necessidade de falar sobre sexo no espaço aumentou.

Já na época, a imprensa internacional questionava se (caso já tivesse existido sexo no espaço) havia diferenças para o sexo praticado na Terra.

A NASA referiu ter feito experiências reprodutivas com moscas, anfíbios, aves e roedores. Em 2018, entretanto, os cientistas Alex Layendecker e Shawna Pandya reviram os dados destas experiências e, num artigo sobre a reprodução no espaço, disseram que “não há informações suficientes para concluir se os processos reprodutivos podem ocorrer de forma próspera no espaço”.

Além disso, apontaram para que os dados de modelos animais podem não se aplicar a humanos.

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