Se há uns anos a esperança média de vida era significativamente mais reduzida, com o passar dos anos, o número de pessoas que vive para além dos 100 anos tem vindo a aumentar. Em todo o mundo, contar-se-á até cerca de meio milhão de pessoas. Embora a mais velha do mundo tenha 118 anos, os especialistas consideram que o século XXI poderá conhecer um aumento de longevidade.
Afinal, alegam que uma vida útil de 125, ou até mesmo 130 anos, será, lentamente, possível.
Dão-se pelo nome de ‘supercentenários’ e são pessoas que vivem até aos 110 anos de idade ou mais. Depois da morte de Jeanne Calmente, de França, com 122 anos, em 1997, atualmente, a pessoa mais velha do mundo é Kane Tanaka, uma japonesa com 118 anos.
Se por um lado o número de pessoas que vive para além dos 100 anos tem vindo, gradualmente, a aumentar, por outro, os ‘supercentenários’ são raros. Todavia, segundo um estudo da University of Washington (UW), com o decorrer do século, essa longevidade vai aumentar. Aliás, apresentam estimativas que ditam que, lentamente, uma vida útil de 125 ou 130 anos é possível.
As pessoas estão fascinadas pelos extremos da humanidade, quer se vá à lua, a rapidez a que alguém pode correr nos Jogos Olímpicos, ou mesmo quanto tempo alguém pode viver. Com este trabalho, quantificamos o quanto acreditamos que é provável que algum indivíduo atinja várias idades extremas neste século.
Disse o autor principal, Michael Pearce, um estudante de doutoramento em estatística da UW.
Longevidade humana em probabilidade
O novo estudo desenvolvido pela UW utiliza modelação estatística, de forma a analisar os extremos da vida humana. A partir de numa investigação sobre o envelhecimento, as perspetivas de futuras descobertas médicas e científicas e o número relativamente pequeno de pessoas que atingiram os 110 anos de idade ou mais, os especialistas debateram os possíveis limites daquele que é o limite da morte.
Enquanto que alguns argumentam que a doença e a deterioração celular básica provocam um limite natural da vida humana, outros consideram que não existe qualquer limite, sustentando a perspetiva com os ‘supercentenários’.
Dois professores de estatística e sociologia na UW, Pearce e Adrian Raftery, adotaram uma abordagem diferente. Por sua vez, perguntaram qual poderia ser a duração de vida individual mais longa em qualquer parte do mundo, até ao ano 2100.
Recorrendo a estatísticas Bayesianas, os especialistas estimaram que o recorde mundial de 122 anos será certamente quebrado, com a forte probabilidade de, pelo menos, uma pessoa viver entre 125 e 132 anos. Para calcular a probabilidade de viver para além dos 110 anos e até que idade, Pearce e Adrian recorreram à mais recente versão da Base de Dados Internacional sobre Longevidade criada pelo Institute for Demographic Research Max Planck. Esta que rastreia ‘supercentenários’ de 10 países europeus, mais Canadá, Japão e Estados Unidos.
Tendo como base a estatística Bayesiana, os especialistas criaram projeções para a idade de morte máxima relatada, em todos os países, de 2020 a 2100.
As conclusões
- Uma probabilidade próxima dos 100% de que o atual recorde de idade máxima será quebrado;
- Forte probabilidade de uma pessoa viver mais tempo, até aos 124 anos (99%) e aos 127 anos (68%);
- Probabilidade de 13% de alguém viver até aos 130 anos de idade;
- “Extremamente improvável” que alguém viva até aos 135 anos neste século.
De acordo com Raftery, as pessoas que atingem uma longevidade extrema são ainda muito raras, pelo que não representam uma população. Os investigadores revelaram que a probabilidade de o recorde de longevidade atual ser quebrado só aumenta se o número de ‘supercentenários’ crescer significativamente.
Estando a população mundial em contínua expansão, esse crescimento é uma hipótese.