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Poderão os robôs substituir os astronautas humanos na exploração espacial?

Com a exploração espacial a reforçar-se e a robótica a desenvolver-se, alguns cientistas acreditam que o papel dos seres humanos neste contexto irá diminuir com o tempo. Poderão os robôs substituir os astronautas humanos?


A BBC falou com alguns cientistas e percebeu que eles acreditam que o papel dos humanos na exploração espacial irá diminuir com o tempo. O Lord Martin Rees, por exemplo, astrónomo Real do Reino Unido, disse que os rápidos avanços na robótica estão a reduzir a necessidade de enviar humanos para o espaço com “o dinheiro dos contribuintes”.

De facto, os voos espaciais tripulados são significativamente mais caros do que as missões robóticas. Por exemplo, a missão Perseverance de 2021 custou cerca de 2,7 mil milhões de dólares, abrangendo o desenvolvimento, o lançamento e as operações. Em contrapartida, estima-se que o envio de seres humanos a Marte custará 100 mil milhões de dólares ou mais.

Além disso, as condições inóspitas do espaço tornam a concretização de algumas missões completamente impossíveis para os seres humanos. Por exemplo, a Parker Solar Probe enfrentou temperaturas absurdamente altas, por estar equipada com um escudo térmico de espuma de carbono, capaz de resistir a temperaturas entre 980 °C e 1425 °C.

 

Robôs em vez de seres humanos para a exploração espacial?

Para Martin Rees, a única justificação para as viagens espaciais humanas, no futuro, serão as aventuras financiadas pelo setor privado para as elites.

Também Andrew Coates, um físico da University College London, defende as missões robóticas em detrimento das missões humanas. Na sua perspetiva, as sondas robóticas podem viajar mais longe e alcançar mais objetivos do que as missões humanas, sendo que o seu potencial só deverá aumentar com o avanço da tecnologia de Inteligência Artificial (IA).

Neste sentido, aliás, conforme informámos, a NVIDIA previu que o mercado da robótica está à perto de um crescimento explosivo, semelhante ao aumento dos chatbots de IA, pelo que está a investir no desenvolvimento de robôs humanoides avançados. Este investimento poderá acelerar a sua utilização na exploração espacial.

Por sua vez, Kelly Weinersmith, bióloga da Universidade Rice, parece estar do lado das missões lideradas por humanos, argumentando que a manutenção de uma presença humana no espaço tem um prestígio nacional significativo, que demonstra que “o seu sistema político é eficaz e o seu povo é brilhante”.

Além disso, a intervenção humana na exploração espacial é relevante, considerando que os astronautas realizam experiências inestimáveis a bordo de laboratórios orbitais como a Estação Espacial Internacional.

Ainda assim, os robôs são alternativas muito viáveis em ambientes hostis para os seres humanos, como as superfícies e atmosferas de outros planetas.

Apesar de alguns cientistas reconhecerem que alternativas robóticas são mais profícuas do que as viagens com seres humanos, outros defendem uma abordagem equilibrada.

Por exemplo, Shaun Azimi, do Centro Espacial Johnson da NASA, sugeriu que os robôs poderiam ser especialmente úteis para trabalhos como a substituição de componentes ou a limpeza de painéis solares. Ou seja, os robôs humanoides equipados com membros habilidosos e assistentes de IA poderiam realizar tarefas de manutenção repetitivas.

Na sua opinião, poderão os robôs substituir os astronautas humanos na exploração espacial?

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