O corpo humano é uma fantástica criação da natureza. Estamos equipados com mecanismos super avançados e de difícil substituição. Cada centímetro quadrado da nossa pele contém cerca de 200 recetores de dor, desses 15 são para pressão, 6 para frio e 1 para calor. Contudo, o ser humano investe em conhecimento para ir mais além com a tecnologia. Dessa forma investigadores da Universidade Nacional de Singapura (NUS) desenvolveram pele eletrónica 1000 vezes mais rápida que a pele humana.
Esta criação tem como finalidade capacitar os robôs a sentir o toque e interagir de forma próxima ao ser humano.
Sistema nervoso artificial
Segundo os resultados de uma investigação recente, os robôs e as próteses brevemente poderão ter uma sensação de toque equivalente, ou até melhor, do que a pele humana.
Conforme pode ser percebido, esta é a promessa do sistema nervoso artificial desenvolvido por uma equipa de investigadores da NUS. Os cientistas batizaram o sistema de ACES (Electronic Asynchronous Coded Electronic Skin, ou pele eletrónica codificada eletronicamente de forma assíncrona).
Além de ser mais rápido, este novo sistema de pele eletrónica difere bastante dos projetos similares desenvolvidos até agora. Este novo sistema alcançou uma capacidade de resposta extremamente rápida e de grande robustez contra danos. Assim, a tecnologia pode operar em conjunto com qualquer tipo de camada de sensores, para funcionar efetivamente como uma membrana eletrónica.
Os humanos usam o sentido de toque para realizar quase todas as tarefas diárias. Sem ele, perdemos até o nosso sentido de equilíbrio ao caminhar. Da mesma forma, os robôs precisam ter um sentido de toque para interagir melhor com os humanos, mas os robôs hoje ainda não conseguem sentir os objetos muito bem.
Explicou o professor Benjamin Tee, coordenador da equipa.
O sistema nervoso eletrónico é composto de uma rede de sensores. Estes estão ligados através de um único condutor elétrico, ao contrário dos feixes nervosos da pele humana.
Ao contrário das outras peles eletrónicas existentes, esta não possui sistemas de fiação interligados. Isto porque usar deste modo adiciona um potencial para danos mecânicos, além de ser difícil de adaptar.
Pele artificial mais rápida que a pele humana
A nova pele eletrónica deteta toques mais de 1000 vezes mais rápido do que o sistema nervoso sensorial humano. Por exemplo, ela é capaz de diferenciar contactos físicos entre diferentes sensores em menos de 60 nanossegundos – o mais rápido já alcançado para uma tecnologia de pele eletrónica – mesmo com um grande número de sensores.
Os testes mostraram que a pele artificial pode identificar com precisão a forma, a textura e a dureza dos objetos em 10 milissegundos, 10 vezes mais rápido do que o piscar de um olho.
A equipa fez uma experiência com um retalho da pele artificial cobrindo o polegar de uma mão robótica, o que melhorou a capacidade do robô para agarrar e entregar uma chávena de café sem a deixar escorregar porque podia sentir imediatamente quando pegava ou quando largava a chávena.
Outras aplicações potenciais incluem o desenvolvimento de robôs para tarefas de recuperação e salvamento em zonas de desastres. Além disso, pode assumir operações do dia a dia, como a embalagem de itens em armazéns, entre outras tarefas. A equipa afirma que já está a trabalhar em vários cenários, como as próteses para aplicação na área médica.