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Pela primeira vez mapeou-se o caminho do asteroide que caiu na Terra em 2018

Em 2018, caiu na Terra uma rocha que fez uma viagem de 22 milhões de anos até explodir no Botsuana. O percurso de voo do asteroide Kalahari, de seis toneladas, foi o primeiro a ser conseguido rastrear desde a explosão no nosso planeta até à sua origem do sistema solar.

Este asteroide apenas foi detetado algumas horas antes deste ter explodido na atmosfera terrestre.


Asteroide que caiu na Terra veio do gigante Vesta

Os astrónomos reconstruíram a viagem de 22 milhões de anos do asteroide que atravessou o sistema solar e explodiu sobre o Botsuana, promovendo uma chuva de meteoritos no deserto do Kalahari.

É a primeira vez que os cientistas localizam as rochas espaciais até à sua origem – neste caso a origem é o gigante Vesta. Conforme já referimos, este é um dos maiores corpos no cinturão de asteroides que circunda o Sol entre Júpiter e Marte.

O asteroide de seis toneladas penetrou na atmosfera terrestre a 60 mil km/h, em junho de 2018, e partiu-se por cima da reserva central de caça do Kalahari, criando uma bola de fogo quase tão brilhante como o sol.

As investigações imediatas do presumível local de aterragem encontraram um pequeno meteorito que se chamava Motopi Pan.

Os investigadores da NASA tinham localizado o objeto perigoso desde tão longe como a Lua, utilizando telescópios no Arizona e no Havai.

Após o impacto, pediram aos astrónomos na Austrália para verificarem imagens do telescópio SkyMapper em Nova Gales do Sul. Este equipamento é utilizado para estudar buracos negros e afins. Contudo, o telescópio poderia ter captado o percurso de voo do asteroide.

Para surpresa dos investigadores, estavam lá dados muito precisos!

 

Asteroide que caiu na Terra era um fragmento de outro

Os fragmentos do asteroide, chamado 2018LA, detetado por três telescópios afastados na superfície da Terra, permitiram aos astrónomos reconstruir a trajetória da rocha e localizar a sua origem. Assim, o rasto levou ao Vesta, um asteroide com 530 km de largura que é ocasionalmente visível sem telescópio.

Os investigadores estavam munidos com uma ideia da sua trajetória. Este caminho traçado pelos investigadores foi refinado a partir do local onde os seus restos foram encontrados, depois de ter explodido na atmosfera.

Na altura foram organizadas expedições para recuperar os restos que poderiam estar no terreno. Segundo as notícias da altura, foram recuperados mais de 20 outros meteoritos espalhados por uma faixa de 5 km de terreno.

 

Depois da viagem de 22 milhões de anos, morreu na Terra

As análises mineralógicas dos fragmentos sugerem que o pedaço de rocha 2018LA esteve originalmente enterrado nas profundezas da superfície de Vesta, mas foi lançado no espaço durante um impacto que deixou uma cratera no asteroide, há cerca de 22 milhões de ano.

A rocha espacial ejetada perambulou pelo sistema solar, sendo a sua superfície atingida por raios cósmicos, até cair nos braços gravitacionais da Terra e cair no solo.

Testes de laboratório mostraram que os grãos mais antigos dentro dos meteoritos descobertos datavam de há 4,56 mil milhões de anos, uma época em que o sistema solar ainda se estava a formar a partir de um disco super quente de gás e poeira interestelar.

Os detalhes estão publicados em Meteoritics and Planetary Science.

 

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