O sal… pois claro, por vezes, há coisas que estão debaixo do nosso nariz e nem damos conta da sua importância.
Nos últimos anos, o Projeto Malta foi amadurecido para se moldar numa nova abordagem que poderá ser a de armazenamento de energia em grande escala, utilizando sais fundidos.
Projeto Malta pode ser a solução para armazenar a energia renovável
O sal tem sido usado desde há milhares de anos para conservar e armazenar alimentos (e não só), mas somente na última década vimos o seu potencial para também transformar a forma como armazenamos energia.
Depois de investigar e prototipar a tecnologia, a organização por trás deste projeto lançou-se na aventura de encontrar parceiros com a experiência necessária para dar vida ao sistema. O Projeto Malta é agora uma empresa independente chamada Malta Inc.
Armazenamento de energia eletrotérmica baseada em sal
Provavelmente não sabia que, atualmente, é muito mais barato construir novas fontes para gerar energia renovável do que continuar a usar combustíveis fósseis, mas é verdade. Contudo, infelizmente, o problema situa-se em não haver uma técnica barata e confiável de armazenar toda a energia renovável que está a ser gerada atualmente, o que está a criar um grande obstáculo para a implantação da energia renovável.
A principal ideia por trás do Projeto Malta é que a eletricidade pode ser armazenada na forma de calor em sais fundidos a alta temperatura e armazenada no frio, usando um líquido de baixa temperatura durante dias, ou mesmo semanas, até que esta energia seja necessária.
O sistema usa materiais baratos e comuns – como o sal, aço, anticongelante e ar – e uma nova abordagem de engenharia para “mudar o tempo” da energia quando esta é produzida (ou seja, quando o sol brilha ou o vento sopra) até quando é mais necessária.
Se os parques eólicos e parques solares produzem mais energia do que a rede elétrica, a energia é desperdiçada.
Para termos uma ideia, num país como os Estados Unidos, o exemplo da Califórnia diz-nos que até 30% da energia solar não pode ser usada quando é produzida.
Pior ainda, se a procura por eletricidade aumenta durante os períodos em que o sol não brilha ou o vento não sopra, os fornecedores frequentemente ligam as “instalações de ponta” para trazer rapidamente mais energia on-line.
Estes fornecedores tendem a funcionar com combustíveis fósseis e emitem grandes quantidades de CO2 em comparação com as centrais elétricas comuns. Daí a importância de ter sistemas de armazenamento constantes e confiáveis para o desenvolvimento e implementação de energias renováveis.
Google por trás do projeto Malta
A equipa, depois de ter trabalhado exaustivamente os detalhes do projeto, depois de ter feito várias parcerias com grupos empresariais e depois de ter criado vários protótipos, parece ter chegado ao momento de lançar a primeira planta piloto de escala de megawatts.
Por trás deste projeto está a Alphabet Inc (Google), com a Google X, uma subsidiária dedicada à investigação e desenvolvimento de grandes avanços tecnológicos.
Enquanto isso, a empresa continua a procurar novas maneiras pelas quais a tecnologia pode ser usada para ajudar a reduzir as emissões de carbono, unindo esforços passados e atuais como Foghorn , Dandelion e Makani . Mesmo o transporte de mercadorias de forma mais ecológica, como o Wing ou o Waymo, pode fazer a diferença.
Mais informações: Projeto Malta