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O que aconteceu à bandeira que a missão Apollo deixou na Lua?

A bandeira dos Estados Unidos é um dos símbolos mais icónicos da chegada do Homem à Lua. Contudo, é, ao mesmo tempo, um argumento para aqueles que não acreditam que a aterragem aconteceu, de facto. O que aconteceu à bandeira que a missão Apollo deixou no nosso satélite natural?


As teorias da conspiração em torno das aterragens na Lua têm sido persistentes, defendendo que, há mais de 50 anos, em 1969, a missão Apollo 11 não deu os primeiros passos na superfície lunar, conforme defendido pelos Estados Unidos.

Apesar de servir de argumento aos céticos, o hastear da bandeira dos Estados Unidos, que demorou cerca de 10 minutos, na aventura de duas horas e meia de Neil Armstrong e Buzz Aldrin, na Lua, é um marco relevante.

Conforme teorizado pela investigadora Anne Platoff, num relatório, em 2011, o estado atual das bandeiras deixadas pelos astronautas não é conhecido. Aliás, mesmo que as bandeiras tenham permanecido de pé quando as tripulações partiram da Lua, é quase certo que não estão nas mesmas condições em que foram colocadas na superfície lunar.

O mais provável é que o nylon da bandeira se tenha degradado devido à exposição prolongada à luz solar.

Explica Platoff, num resultado destrutivo designado por “podridão solar”.

Charles Duke da missão Apollo 16 a fazer uma saudação, em 1972. Crédito: NASA

É provável que as bandeiras lunares se tenham tornado frágeis e se tenham desintegrado com o tempo. Possíveis impactos de meteoroides podem, também, constituir uma ameaça para as bandeiras, segundo Platoff.

Uma coisa que estou sempre a ver nos artigos é que as bandeiras ficariam brancas devido à exposição à luz solar. Embora isso aconteça com algumas bandeiras na Terra, não tenho a certeza sobre o processo químico envolvido e se isso ocorreria num ambiente lunar.

Disse Platoff ao Space.com, explicando que quer as bandeiras tenham permanecido de pé ou tenham suportado décadas de exposição ao ambiente lunar rigoroso, “o seu legado como símbolo da exploração humana do espaço permanece intacto”.

Curiosamente, no início dos anos 90, Platoff, na altura a trabalhar com a Hernandez Engineering, em Houston, no Texas, elaborou um relatório para um fornecedor da NASA e descobriu que as seis bandeiras colocadas na Lua pelos astronautas da Apollo tinham tamanhos diferentes.

A bandeira da missão 17, colocada em dezembro de 1972, a última missão lunar do programa, é digna de destaque, pois foi exposta na Sala de Controlo das Operações da Missão durante as outras missões Apollo e, depois, foi colocada na Lua pela última tripulação lunar, Eugene Cernan e Jack Schmitt.

 

Hastear da bandeira na Lua foi um momento puramente simbólico

A investigadora explicou que o hastear da bandeira da Apollo 11 foi uma atividade estritamente simbólica, uma vez que os Estados Unidos eram signatários do Tratado das Nações Unidas sobre o Espaço Exterior, perdendo qualquer reivindicação territorial sobre a Lua.

No entanto, houve debates nacionais e internacionais sobre a pertinência do evento.

Explicou Platoff.

Apesar disso, o Congresso alterou a lei de financiamento da NASA para impedir a agência espacial de hastear bandeiras de outras nações ou de associações internacionais, na Lua, durante missões financiadas exclusivamente pelos Estados Unidos.

No seu relatório, Platoff refere que o estatuto legal da Lua não seria claramente afetado pela presença de uma bandeira dos Estados Unidos na superfície lunar, “mas a NASA estava ciente da controvérsia internacional que poderia ocorrer como resultado”.

Além disso, salienta que os engenheiros da NASA foram desafiados pela expectativa de os astronautas da missão Apollo erguerem uma bandeira na Lua.

Conceberam um mastro com uma barra horizontal que permitia que a bandeira “voasse” sem a ajuda do vento para ultrapassar os efeitos da ausência de atmosfera na Lua.

Outros fatores considerados na conceção foram o peso, a resistência ao calor e a facilidade de montagem pelos astronautas, cujos fatos espaciais restringiam a sua amplitude de movimentos e a capacidade de agarrar objetos.

Explica Platoff.

Para Matthew Ward, professor sénior de História na Universidade de Dundee, na Escócia, a bandeira dos Estados Unidos tem um poder distintivo e parece estar presente nas imagens de quase todos os acontecimentos importantes da história americana: desde a aterragem da Apollo na Lua até aos bombeiros que a içaram sobre as ruínas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001.

 

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