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Nova vacina poderá prevenir formas mais agressivas de cancro da mama

O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres (não considerando o da pele) e corresponde à segunda causa de morte por cancro, na mulher. Em Portugal, 1% de todos os cancros da mama são no homem. Assim sendo, é uma doença que requer atenção e todos os estudos não são, ainda, suficientes.

Então, uma nova vacina desenvolvida em Cleveland poderia prevenir a sua forma mais agressiva.


Nos países desenvolvidos, 1 em cada 8 mulheres irá desenvolver cancro da mama durante a vida. Em Portugal, anualmente, são detetados cerca de 6.000 novos casos da doença. Pela dimensão que lhe está associada, os Estados Unidos da América (EUA) deram vida, na década de 1990, ao conceito de Outubro Rosa (Pink October). Desde então, por todo o mundo, a cor rosa sensibiliza para a prevenção e diagnóstico precoce, e o mês de outubro alerta e apoia para a investigação nesta área.

Neste fim do Outubro Rosa 2021, investigadores da Cleveland Clinic anunciaram, num comunicado de imprensa, que têm luz verde da Food and Drug Administration dos EUA para iniciar a primeira fase de um ensaio clínico que visa prevenir o cancro da mama triplo negativo.

Esta é a forma mais agressiva e mortal da doença, crescendo e espalhando-se rapidamente. De acordo com a American Cancer Society, é a responsável por 10% a 15% de todos os cancros da mama e é mais comum em mulheres com menos de 40 anos, afro-americanas e portadoras da mutação BRCA1.

Tratamento para forma mais agressiva de cancro da mama poderá estar a caminho

Para já, existem opções de tratamento limitadas e os prognósticos são, maioritariamente, desanimadores. Contudo, os investigadores da Cleveland Clinic poderão estar a desenvolver uma resposta eficaz.

O estudo, que está a ser financiado pelo Department of Defense dos EUA, envolve 18 a 24 participantes e prevê-se que termine em setembro de 2022. Todas as pacientes completaram o tratamento do cancro da mama triplo negativo em fase inicial, nos últimos três anos, e embora não possuam atualmente qualquer tumor, correm um elevado risco de incidência.

Ao longo do estudo, serão administradas três vacinas, de duas em duas semanas, e os efeitos secundários, bem como os resultados, serão acompanhados de perto. O objetivo desta primeira fase passa por determinar a dose máxima da vacina a ser tomada por uma paciente com cancro da mama triplo negativo precoce e avaliar os seus efeitos.

Posteriormente, e de acordo com G. Thomas Budd, responsável pelo estudo, os investigadores esperam “determinar a eficácia da vacina contra este tipo de cancro da mama altamente agressivo”.

O objetivo a longo prazo desta investigação é determinar se esta vacina pode prevenir o cancro da mama antes de ocorrer, particularmente as formas mais agressivas desta doença que predominam em mulheres de alto risco.

Explicou Vincent Tuohy, o principal criador da vacina.

G. Thomas Budd, responsável pelo estudo, e Vincent Tuohy, principal criador da vacina

Vacina atingirá uma proteína e prevê-se que prolongue a vida das pacientes

A vacina a ser administrada tem como alvo a α-lactalbumina. Esta é uma proteína de lactação que já não é encontrada na pós-lactação em tecidos normais e envelhecidos, mas que está presente na maioria dos cancros mamários triplo negativos.

Então, o reforço do sistema imunitário contra esta proteína deverá proteger de forma preventiva as pessoas em risco de tumores mamários futuros.

Conforme adiantou a equipa da Cleveland Clinic, para além de melhorar e prolongar a vida das pacientes, esta estratégia de vacinação poderia ser aplicada a outros tumores.

Se forem bem sucedidas, estas vacinas têm o potencial de transformar a forma como controlamos os cancros em adultos e de aumentar a esperança de vida […].

Disse Tuohy, esperançoso.

 

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