Uma nova análise de sangue ultrassensível pode detetar sinais de reincidência do cancro da mama anos antes de esta ocorrer. Trata-se da conclusão de um novo estudo, conduzido pelo Institute of Cancer Research (ICR) de Londres.
A deteção precoce do cancro da mama significa que as doentes podem ser tratadas “sem esperar que a doença incurável e avançada se desenvolva e apareça num exame”, segundo os autores de um novo estudo do ICR.
O cancro da mama é muito mais fácil de tratar antes de se espalhar para outras partes do corpo, pelo que é vital poder detetar sinais de reincidência da doença o mais cedo possível para dar às pessoas a melhor hipótese de sobrevivência.
Afirmou o professor Kristian Helin, diretor-executivo do ICR.
De acordo com o estudo, a nova análise ao sangue pode prever o regresso do cancro da mama anos antes de as pacientes terem uma recaída.
Segundo informação partilhada pelo Sky News, o teste ultrassensível procura sinais de que as células cancerígenas permanecem após o tratamento, sendo capaz de detetar quantidades minúsculas de células. Estas podem ser demasiado pequenas para serem detetadas pelos exames de controlo.
Embora já existam análises ao sangue para detetar o cancro, os investigadores afirmam que esta pode detetar uma gama mais vasta de células cancerígenas mais cedo do que as atuais análises, porque analisa todo o genoma do cancro, em vez de se concentrar apenas nas partes das células cancerígenas que estão diretamente relacionadas com as doenças.
Um teste mais sensível é muito importante para este grupo de doentes com cancro da mama inicial, uma vez que tendem a ter uma quantidade muito baixa de ADN cancerígeno no sangue.
Afirmou Isaac Garcia-Murillas, do IRC e autor do relatório.
Um estudo que alimenta a esperança
No estudo conduzido pelo IRC, participaram 78 mulheres com diferentes tipos de cancro da mama, tendo 11 delas tido uma recaída, após o tratamento inicial.
A nova análise ao sangue detetou células cancerígenas antes de todas as 11 mulheres terem a reincidência, tendo as potenciais recaídas sido detetadas cerca de três meses mais cedo do que os testes atuais, em média. Numa paciente, a análise detetou células cancerígenas 41 meses antes da reincidência.
Foram recolhidas amostras de sangue das mulheres, aquando do diagnóstico, após o segundo ciclo de quimioterapia, após a cirurgia, e de três em três meses durante o acompanhamento do primeiro ano. Depois, as amostras foram recolhidas de seis em seis meses durante os cinco anos seguintes.
Segundo Garcia-Murillas, este estudo “lança agora as bases para uma melhor monitorização pós-tratamento e para um tratamento que poderá prolongar a vida das doentes”.