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NASA descobre “girinos” no Sol que podem desvendar mistério da astrofísica (vídeo)

Numa curiosa associação, a NASA refere que foram encontrados girinos solares a nadar a partir dos recém-descobertos jatos de plasma. Assim, esta descoberta, segundo a agência espacial, desperta pistas para um antigo mistério sobre a nossa atmosfera superior.

Um estudo recente realizado pela NASA poderá esclarecer um dos fenómenos mais surpreendentes do nosso sistema planetário. Desta forma, ficaríamos a saber o porquê da camada exterior do Sol alcançar temperaturas de um milhão de graus Celsius, quase 200 vezes mais do que na sua superfície.


Jatos solares semelhantes a girinos foram vistos com a íris da NASA

Cientistas descobriram jatos em forma de girinos a saírem de regiões com campos magnéticos intensos no sol. Ao contrário daqueles que vivem na Terra, esses “girinos” – formalmente chamados de pseudo-choques – são feitos inteiramente de plasma. Este é o material eletricamente condutor feito de partículas carregadas que representam 99% do universo observável.

A descoberta acrescenta uma nova pista para um dos mais antigos mistérios da astrofísica.

https://twitter.com/NASA/status/1098040067493449728

 

Qual a razão da coroa do Sol ser 200 vezes mais quente que a superfície?

Desde há 150 anos que os cientistas tentam descobrir a razão da atmosfera superior do Sol – a coroa – ser 200 vezes mais quente do que a superfície solar. Essa região, que se estende por milhões de quilómetros, de alguma forma torna-se superaquecida e liberta continuamente partículas altamente carregadas, que correm através do sistema solar a velocidades supersónicas.

Quando estas partículas encontram a Terra, têm o potencial de prejudicar satélites e astronautas, interromper as telecomunicações e até mesmo interferir nas redes elétricas durante eventos particularmente fortes. Entender como a coroa fica tão quente pode ajudar a entender a física fundamental por trás daquilo que impulsiona essas ruturas.

 

Descoberta dos girinos solares foi fortuita

Quando analisaram recentemente dados do Interface Region Imaging Spectrograph da NASA, ou IRIS, os cientistas notaram jatos únicos e alongados emergindo das manchas solares – regiões frias e magneticamente ativas na superfície do Sol – e subindo cerca de 5000 quilómetros até a coroa interna. Os jatos, com cabeças volumosas e caudas rarefeitas, surgiram aos cientistas como girinos a nadar através das camadas do Sol.

Uma simulação por computador mostra como o pseudo-choque é ejetado e se desconecta do plasma abaixo (verde). Créditos: Abhishek Srivastava IIT (BHU) / Joy Ng, Centro Goddard de Voos Espaciais da NASA

Usando simulações de computador correspondentes aos eventos, os cientistas determinaram que estes pseudo-choques poderiam carregar energia e plasma suficientes para aquecer a coroa interna.

Os cientistas acreditam que os pseudo-choques são ejetados pela reconexão magnética. Esta reconexão é um emaranhado explosivo de linhas de campo magnético. Este fenómeno frequentemente ocorre dentro e ao redor das manchas solares. Os pseudo-choques só foram observados em torno das bordas das manchas solares até agora, mas os cientistas esperam que também sejam encontrados noutras regiões altamente magnetizadas.

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