Qual é o poder do nosso pensamento? Sim, é forte sim, mas quanto? Estas questões foram um desafio para os investigadores do MIT.
Um grupo de cientistas do MIT criou uma técnica para controlar computadores e outros dispositivos, de forma silenciosa. O efeito, dizem eles, é como ter a Internet no nosso cérebro ou um bot de inteligência artificial no ombro.
É como ter a Internet toda na cabeça
O poder da mente e a força do pensamento ainda é algo desconhecido, pelo menos não conseguimos ainda quantificar a força.
Um grupo de estudantes do MIT criou uma interface que se aproxima do desejo de podermos controlar equipamentos com a mente.
Foram desenvolvidos protótipos de um dispositivo, que se assemelha a uns auscultadores, mas que, na verdade, recebem dados da atividade neuromuscular envolvida na fala.
Tal como a Alexa ou a Siri, entre todos os outros dispositivos de inteligência artificial ativados por voz, o dispositivo desenvolvido pelo MIT usa esse discurso e transforma-o em ações, recorrendo a uma pequena biblioteca de aplicações.
O dispositivo em ação pode resolver aritmética complicada ou texto de um amigo. E – e aqui é que está a magia desta tecnologia – o utilizador não tem que vocalizar os comandos para os executar.
À medida que, silenciosamente, os “comandos” são enviados para a boca, um transmissor separado do auscultador usa áudio de condução óssea para alimentar as respostas de volta ao utilizador, sem bloquear o seu tímpano ou amortecer a audição normal.
A experiência é como ter toda a Internet na nossa cabeça, e um pequeno agente de IA, que pode fazer as coisas por nós, sentado no nosso ombro.
Referiu Arnav Kapur, estudante de 24 anos do MIT.
AlterEgo ou o outro eu em silêncio
Depois de se perceber o poder do dispositivo e a elevação com que funciona, os investigadores decidiram dar-lhe o nome de AlterEgo.
Kapur começou a pensar no AlterEgo há três anos e iniciou o trabalho de forma mais séria em 2017. O que ele via como o crescente vício dos smartphones na cultura atual, inspirou-o em partes do dispositivo.
O AlterEgo foi programado para captar sinais neuromusculares e reagir a comandos simples como mover cursores, selecionar opções ou compreender ordens a partir de palavras pensadas.
Mais ouvir que ler o cérebro
A leitura da atividade cerebral não era impossível, mas Kapur achou isso muito intrusivo – e talvez inútil (há muito ruído aleatório por lá).
O discurso de leitura foi mais rápido do que as mensagens de texto, e percebeu-se que os mesmos sinais elétricos do movimento muscular fluíam do interior da boca para o cérebro, independentemente das palavras terem sido expressas ou não.
Em fase de testes, o dispositivo foi usado por 10 pessoas durante 15 minutos e obteve 92% de precisão ao traduzir pensamentos.
O MIT, entretanto, ainda não divulgou quando será comercializado o AlterEgo, isto porque a instituição ainda está a recolher dados para aprimorar o reconhecimento e adicionar mais palavras a serem interpretadas.