Por várias vezes falamos nas rajadas rápidas de rádio (FRB) que são disparadas contra a Terra. De todas as coisas misteriosas que os seres humanos observam no cosmos, as FRBs são uma das mais bizarras. Conforme já falamos, uma FRB é uma explosão de energia de rádio que aparentemente surge do nada. Estes sinais são “ouvidos”, vindos de vários pontos do céu e apenas muito poucos se repetem. Agora, uma das chamadas “repetidoras” FRBs colocou algumas das teorias sobre estas explosões em questão.
Será que é vida inteligente que nos está a enviar estes sinais de rádio?
Rajadas rápidas de rádio são ainda um mistério que agita os astrónomos
A mais famosa de todas as rajadas rápidas de rádio é a FRB 121102. Foi a primeira FRB a aparecer várias vezes numa programação aparentemente regular. Os investigadores acreditam que o ciclo é de 157 dias, ficando ativa durante três meses antes ficar quieta por pouco mais de dois meses.
Já a FRB 180916 é completamente diferente no seu comportamento, libertando energia para a Terra num ciclo muito mais curto, de apenas 16 dias. Tudo isto tem deixado os cientistas confusos!
Serão extraterrestres a tentar comunicar com a Terra?
Os astrónomos descobriram um ciclo de atividade numa outra rajada rápida de rádio, potencialmente descobrindo uma pista significativa sobre estes fenómenos misteriosos do espaço profundo.
Rajadas rápidas de rádio, ou FRBs, são flashes extragalácticos de luz que envolvem um sério golpe. Estas libertam, em poucos milissegundos, a energia que o Sol da Terra gera num século. Os cientistas descobriram uma FRB, pela primeira vez, em 2007. A causa destas erupções permanece indescritível quase uma década e meia depois. As explicações potenciais vão desde a fusão de estrelas super densas de neutrões até civilizações alienígenas avançadas.
Até ao momento, mais de 100 FRBs foram descobertas e a maioria delas são pontuais, acontecendo apenas uma vez (até onde se sabe). Em janeiro deste ano, os astrónomos relataram que um membro da classe “repetidora”, chamada FRB 180916.J0158 + 65, parece exibir um ciclo de atividade de 16 dias. Segundo o que foi possível perceber, esta FBR dispara rajadas durante um período de quatro dias, fica depois quieta durante 12 dias e depois começa tudo de novo.
A FRB 180916 foi a primeira a entrar em erupção de maneira periódica. E agora os cientistas descobriram outra.
FRB 121102 vem do espaço profundo. Será uma mensagem para Terra?
Os investigadores monitorizaram durante 5 anos a repetidora conhecida como FRB 121102 com o Telescópio Lovell. Este equipamento é uma antena parabólica de 76 metros de largura no Jodrell Bank Observatory, em Inglaterra. Conforme informou a equipa num novo estudo, foram encontrados fortes indícios de um ciclo de atividade de 157 dias. Portanto, a FBR 121102 parece explodir durante 90 dias e depois fica em silêncio durante 67.
Não está claro o que está por trás desta atividade cíclica, embora os cientistas tenham algumas ideias. Por exemplo, surtos periódicos podem ser causados por uma oscilação no eixo de rotação de uma estrela de neutrões altamente magnetizada, conhecida como magnetar. Por outro lado, estas rajadas podem estar ligadas aos movimentos orbitais de uma estrela de neutrões num sistema binário.
Os efeitos da oscilação devem manifestar-se ao longo de algumas semanas, disseram os membros da equipa de estudo. Portanto, eles parecem compatíveis com o ciclo de 16 dias da FRB 180916, mas não com o da FRB 121102, que é 10 vezes maior.
Esta emocionante descoberta destaca o quão pouco sabemos sobre a origem das FRBs. Serão necessárias mais observações de um número maior de FRBs, a fim de obter uma imagem mais clara sobre estas fontes periódicas e elucidar a sua origem.
Afirmou em comunicado o coautor do estudo Duncan Lorimer, reitor da West Virginia University.
O novo estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. Assim, mais informações podem ser obtidas na arXiv.org.