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Mineral misterioso do manto da Terra foi descoberto num diamante na África do Sul

O nosso planeta ainda esconde muitos segredos. Não é por acaso que ainda se encontram minerais que são desconhecidos da ciência. Nesse sentido, um grão encontrado na África do Sul está a deixar a comunidade científica curiosa. Isto porque apareceu algo novo e desconhecido “nascido no ventre” da Terra.

Conforme é referido, em causa está um único grão de rocha alojado num diamante contém um mineral nunca antes encontrado.


Foi descoberto recentemente um mineral misterioso no manto terrestre. Os cientistas estimaram que o mineral se formou a cerca de 170 quilómetros abaixo da superfície da Terra.

Apesar de ser apenas um grão, a substância recém-descoberta poderá revelar reações químicas incomuns que se desdobram nas profundezas do manto.

 

Mas o que é o Manto terrestre?

O Manto é a camada da estrutura da Terra (e dos outros planetas de composição similar) que fica diretamente abaixo da crosta. Esta área prolonga-se em profundidade até ao limite exterior do núcleo. O manto terrestre estende-se desde cerca de 30 km de profundidade (podendo ser bem menor nas zonas oceânicas) até aos cerca de 2900 km abaixo da superfície (transição para o núcleo).

Cientistas desenterraram o mineral de um local vulcânico na África do Sul conhecido como o tubo de Koffiefontein. Os diamantes brilhantes borrifam a rocha escura e ígnea que reveste o tubo, e os próprios diamantes contêm pequenos pedaços de outros minerais de centenas de quilómetros abaixo da superfície da Terra.

Dentro de uma dessas pedras brilhantes, os cientistas encontraram um mineral verde-escuro e opaco. Segundo eles, este material foi forjado a cerca de 170 quilómetros de profundidade.

 

Novo mineral desconhecido foi batizado de goldschmidtite

De acordo com o estudo, publicado na revista American Mineralogist, este novo mineral recebeu o nome de “goldschmidtite”. O nome foi em homenagem ao aclamado geoquímico Victor Moritz Goldschmidt.

O manto, como foi referido, tem uma espessura de pouco menos de 3 mil quilómetros. Contudo, há uma enorme dificuldade para estudar as regiões mais baixas da camada. A intensa pressão e o calor no manto superior transformam humildes depósitos de carbono em diamantes brilhantes.

As rochas prendem outros minerais do manto nas suas estruturas e podem ser empurradas para a superfície do planeta por erupções vulcânicas subterrâneas. Assim, ao analisar as inclusões minerais nos diamantes, os cientistas podem ter um vislumbre dos processos químicos que ocorrem muito abaixo da crosta.

 

Um mineral peculiar vindo num diamante do centro da Terra

Os autores do estudo observaram que, para um mineral do manto, o goldschmidtite tem uma composição química peculiar.

Goldschmidtite tem altas concentrações de nióbio, potássio e os elementos de terras raras lantânio e cério, enquanto o resto do manto é dominado por outros elementos, como magnésio e ferro.

Potássio e nióbio compõem a maior parte do mineral, o que significa que os elementos relativamente raros foram reunidos e concentrados para formar a substância incomum, apesar de outros elementos próximos serem mais abundantes,

Explicou numa nota a coautora do estudo Nicole Meyer, doutoranda da Universidade de Alberta, no Canadá.

Goldschmidtite é altamente incomum para uma inclusão capturada pelo diamante e dá-nos um instantâneo dos processos fluidos que afetam as raízes profundas dos continentes durante a formação do diamante.

Concluiu o geoquímico Graham Pearson, co-supervisor de Meyer, na declaração.

Seja como for, este mineral será a partir de agora uma referência. Está atualmente guardado no Royal Ontario Museum, em Toronto.

 

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