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Investigadores encontraram uma cura para a diabetes (em ratos de laboratório)

A Diabetes é uma doença metabólica crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue (glicemia). Em Portugal existem mais de três milhões de pessoas com diabetes ou pré-diabetes, o que representa 40% da população portuguesa. Contudo, no mundo são apontados mais de 463 milhões de adultos com esta doença. Há um crescimento alarmante dizem os números e há uma urgência no seu tratamento.

Até à data, o tratamento mais comum tem sido gerir a doença com uma dieta cuidadosamente controlada e doses regulares de insulina, se necessário. No entanto, a cura pode estar já no horizonte.


Uma equipa de investigação da Universidade de Washington, Estados Unidos, descobriu no ano passado que a infusão de ratos com células estaminais poderia oferecer uma melhor opção de tratamento.

Com base nesta investigação, a mesma equipa pode ter encontrado uma cura: pelo menos em ratos de laboratório.

 

Ratos de laboratório podem ter a cura para a diabetes

Os diabéticos são caracterizados pela sua dificuldade em produzir ou administrar insulina. Isto requer uma permanente e cuidadosa monitorização, uma dieta rigorosa, exercício e doses caras de insulina. A insulina é normalmente produzida no pâncreas, mas aqueles que têm diabetes não produzem o suficiente.

Assim, para tratar a diabetes, muitos diabéticos têm que vigiar os seus níveis de açúcar no sangue, e injetar a insulina diretamente na corrente sanguínea. O tratamento agora revelado supera estas doses e, em vez disso, usa células beta para segregar a insulina necessária.

O tratamento depende das células estaminais pluripotentes induzidas (IPSCs). Estas células são essencialmente uma “folha em branco” que podem ser enganadas para se tornarem praticamente qualquer outro tipo de célula no corpo.

Conforme apresentado neste novo estudo, a equipa melhorou a técnica que tinha desenvolvido no ano passado para produzir e introduzir estas células na corrente sanguínea. Ao converter as células estaminais num outro tipo de célula, sempre há erros e células aleatórias entram na mistura com as células produtoras de insulina. Estas células são inofensivas, mas não valem o seu peso.

Quanto mais células fora do alvo forem conseguidas, menos células relevantes do ponto de vista terapêutico temos. Precisamos de cerca de mil milhões de células beta para curar uma pessoa com diabetes. Mas se um quarto das células produzidas são realmente células do fígado ou outras células do pâncreas, em vez de precisarmos de mil milhões vamos precisar de 1,25 mil milhões. Isso torna a cura da doença 25% mais difícil.

Explicou Jeffrey Millman, líder da investigação.

 

Células estaminais são a chave da cura

O novo método vai livrar a amostra destas células indesejadas. A equipa de Millman construiu um processo que visava o citoesqueleto, a estrutura que dá às células a sua forma, e produziu não só uma percentagem maior de células beta eficazes, mas também células que funcionavam melhor.

Quando estas novas células foram infundidas em ratos diabéticos, os seus níveis de açúcar no sangue estabilizaram, deixando-os “funcionalmente curados” da doença durante nove meses.

É verdade, é apenas um ensaio em animais. Os resultados não devem ser interpretados como uma cura para humanos. Contudo, estamos perante um começo promissor.

Posteriormente, a equipa planeia continuar a testar estas células, mas agora em animais maiores. Além disso, o estudo deverá abranger períodos mais longos, com o objetivo de realizar testes clínicos em humanos no futuro.

 

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