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Incêndios: Super onda de calor assolou a Índia e isso é um mau sinal para o resto do mundo

Com o mundo distraído com outros assuntos preocupantes, as notícias do planeta parecem passar para um plano secundário. Contudo, os fenómenos que afetam a Terra continuam a marcar a atualidade. Uma onda de calor e incêndios sem precedentes na primavera devastou a Índia. Mau sinal para o resto do mundo.

Neste mês de abril o país viu a temperatura ultrapassar a média dos meses de abril entre 1981 e 2010 em 1,36°C.


A Índia sofreu com uma grande onda de calor nas últimas semanas. Embora a situação pareça estar a melhorar, de acordo com o Serviço Meteorológico Indiano (IMD), as condições permanecem desfavoráveis ​​em muitas áreas.

As ondas de calor perderam o rótulo de “grave”, mas continuam a ocorrer nalgumas zonas do país. A Índia não é estranha às ondas de calor, mas elas são mais comuns no período entre maio e junho, o que significa que esta última onda chegou antes do esperado.

O que está a provocar esta subida da temperatura?

Desde há anos que se debate e prevê um aumento da temperatura média global como resultado das alterações climáticas. Apesar de estarmos a falar de um grau de aumento e o número nos parecer pouco, este é um dos principais problemas que isso acarreta e que aumentará a frequência e a gravidade dos eventos extremos: secas, inundações, furacões… e, claro, ondas de calor.

Ondas que irão afetar todos os países de forma diferente do que anteriormente, especialmente devido aos diferentes níveis de humidade. Em Portugal, segundo o IPMA, o “período de janeiro a julho de 2020 foi o mais quente dos últimos 90 anos (desde 1931)”.

As temperaturas excessivas na Índia têm afetado diferentes regiões, desde a Índia Oriental a partes do Paquistão até à parte central do subcontinente e da Índia Oriental. Muitas destas regiões bateram recordes de temperatura.

Segundo informações, na região noroeste, os máximos médios foram os mais elevados desde 1901, com a temperatura média também só ultrapassada por recordes em 2010. No leste e nordeste a média foi a mais alta registada desde 1901.

As ondas de calor podem ter efeitos diretos na saúde e bem-estar, mas isso pode ser um problema menor em Portugal. Sabemos que a combinação de calor e falta de humidade tem um grande perigo associado: os incêndios. E eles estão a piorar.

Ainda está fresca a terrível memória de Pedrógão Grande, em 2017.

O fogo está a caminho

O Global Wildfire Information System (GWIS) coloca a Índia e o Paquistão como uma área quente, tanto em termos de risco de incêndio como de fogos ativos (atingindo os 300 em abril). Os incêndios descontrolados na Península Ibérica sempre fizeram parte das notícias de verão, e cada vez mais no contexto internacional.

Outro caso recente é o dos incêndios australianos que começaram em 2020. Tudo isto leva-nos para os chamados super incêndios.

Os super incêndios são fogos da sexta geração. Estes são incêndios florestais poderosos nos quais a interação entre o fogo e as condições atmosféricas e meteorológicas é particularmente importante. O incêndio de Sierra Bermeja, que devastou a província de Málaga durante um mês e meio em 2021 e reclamou a vida de um bombeiro que trabalhava no combate às chamas, ficará na memória de muitos.

Contudo, como bem nos lembramos, este não foi o primeiro incêndio deste tipo na península. Em 2017, o terrível incêndio em Pedrógão Grande fez 66 mortos e mais de 24.000 hectares destruídos. Estes incêndios podem tornar-se um problema que afectará toda a península.

Além da devastação visível, estes incêndios resultantes das super ondas de calor geram emissões de vários tipos, incluindo gases com efeito de estufa, tais como CO2 e metano. As partículas microscópicas também afetam a saúde e são um perigo para muitos.

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