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HIV: Paciente brasileiro será o terceiro curado no mundo?

De acordo com Organização das Nações Unidas, em 2018, havia cerca de 37,9 milhões de pessoas infetadas por HIV, em todo o mundo. Ainda que o primeiro caso seja uma incógnita, há muitos anos que se investiga um tratamento a fim de eliminar este vírus que provoca a SIDA, síndrome da imunodeficiência adquirida.

Depois do “paciente de Londres” e do “paciente de Berlim” ficarem completamente curados, sabe-se que um paciente do Brasil está sem rasto do vírus há 17 meses.


Um caso de sucesso e de esperança

A Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) alberga a equipa que conseguiu eliminar o vírus HIV de um paciente infetado há sete anos. O paciente, que preferiu não ser identificado, parou a medicação há um ano e meio e, desde então, não possui microrganismos no corpo. Além disso, o médico coordenador da investigação e infeciologista de referência a nível mundial, Ricardo Sobhie Diaz, diz que o vírus não foi detetado, mesmo após os exames mais aprofundados.

O estudo foi realizado apenas com homens, cujo vírus HIV fosse intransmissível, ou seja, apesar de estar no corpo, a carga viral é baixa o suficiente para não lhes ser possível transmitir a doença. Com o estudo, pretendiam tornar o tratamento ainda mais eficaz, diminuindo, de forma mais rápida, as células afetadas pelo vírus.

Células humanas infetadas pelo HIV.

HIV: Estudo brasileiro pode ser sinónimo de uma esperada cura

O paciente de sucesso foi um dos 30 voluntários com o vírus intransmissível e sob tratamento por antirretrovirais. Na altura em que o estudo foi iniciado, os voluntários foram divididos em seis grupos. Depois, cada grupo recebeu uma dose diferente de combinações de medicamentos que eliminariam o vírus. Este processo, aliado ao tratamento padrão por antirretrovirais, apresentou resultados muito positivos.

Dos seis grupos, o que apresentou melhores resultados foi o dos pacientes que tomaram dolutegravir e maraviroc, juntamente com nicotinamida (cujo objetivo é impedir que o HIV se esconda nas células) e auranofina (que pretende localizar células infetadas e matá-las).

Os investigadores ainda potencializaram a imunidade dos pacientes, através de uma vacina personalizada. A sua constituição passava por células dendríticas, que nos protegem de antígenos, monócitos, que são células de defesa, e peptídeos do próprio vírus do paciente. Dessa forma, o organismo aprende a detetar e destruir as células infetadas.

Sobre a suspensão da medicação, reta final do estudo, Diaz referiu, em 2018:

Caso o tempo nos mostre que o vírus não voltou, aí sim, poderemos falar em cura.

Ainda que o caso esteja a ser acompanhado, aparentemente, poderá ser possível falar em cura. Isto, porque o paciente está “limpo” há 17 meses. Agora, é aguardar que o vírus não se volte a manifestar, para o objetivo ser definitivamente a cura desta doença que infeta tantos milhões de pessoas.

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