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Há quem queira colocar servidores na Lua e os testes começam já este ano

Já se colocaram servidores de armazenamento de dados no fundo do mar, enterrados no gelo e até dentro de uma mina de carvão abandonada. No entanto, a ideia de instalar servidores na Lua está agora a arrecadar muita atenção. Ao contrário dos demais instalados na Terra, estes que poderão já este ano seguir até ao nosso satélite natural têm um objetivo diferente.

A ideia de colocar uma espécie de “datacenter” na Lua seria para preservar os dados da nossa civilização, caso a humanidade desapareça de cima do planeta.


Datacenter da Lua

A ideia de proteger dados que mostrem a outras civilizações que na Terra existiram um dia humanos, animais, plantas e tanta outra informação relevante, ganha cada vez mais relevância. Proteger a história da humanidade, deixar no universo dados digitais de vida, que um dia pode simplesmente desaparecer.

Este conjunto de ideias poderia ter tido origem num livro de ficção científica, mas resulta apenas de um projeto pensado pela empresa Lonestar Data. O seu objetivo é construir centros de dados nos tubos de lava da Lua, cavernas que teriam sido criadas pela atividade vulcânica numa época muito distante.

Segundo o que a empresa partilhou num comunicado de imprensa, a Lua é o lugar mais seguro para armazenar os nossos dados, ainda mais do que a “biosfera terrestre cada vez mais frágil”. Neste sentido, afirmam que o seu serviço será útil para clientes que vivem na Terra, bem como para astronautas em futuras missões lunares.

 

Mas há vantagens para instalar servidores no nosso satélite natural?

Pela conjuntura de factos, cenários futuristas com base em indícios da vida passada e atual e com base nas projeções da evolução da humanidade no espaço… há!

Uma das vantagens de armazenar dados na Lua, segundo a empresa, é que o nosso satélite mostra-nos sempre a mesma face, porque demora o mesmo tempo a rodar à sua volta que demora a dar a volta à Terra. Este movimento sincronizado poderia ser benéfico para o estabelecimento de ligações de comunicação direta.

A Lonestar, que atualmente gere “o primeiro servidor web do mundo na Estação Espacial Internacional” está confiante de que a sua tecnologia também chegará à Lua. Para este fim, no âmbito do programa Comercial Lunar Payload Services da NASA, enviará um módulo Nova-C concebido por Intuitive Machines ao nosso satélite no final deste ano. Levará a cabo os primeiros testes da sua tecnologia.

Seguir-se-á um segundo lançamento. Em 2023, um módulo Nova-C irá partir a bordo de um foguetão SpaceX Falcon 9 com vários equipamentos, incluindo o primeiro protótipo de centro de dados Lonestar. Não há muita informação técnica, mas a empresa diz que terá uma arquitetura RISC-V multi-core e 16 TB de capacidade de armazenamento.

Os ambiciosos planos da empresa incluem a construção de centros de dados capazes de armazenar cinco petabytes de dados até 2024 e 50 petabytes de dados até 2026. Antes disso, no entanto, enfrentarão uma série de desafios, tais como aterrar suavemente na superfície lunar de modo a não danificar o equipamento e encontrar uma forma de lidar com temperaturas extremas.

Ilustração de tubos de lava no solo da Lua

Tubos de lava… serão a casa e o datacenter dos humanos na Lua

Como mencionado acima, a empresa planeia instalar os seus centros de dados em tubos de lava lunar, mas pouco se sabe sobre eles. Há anos que os cientistas teorizam estes túneis, sendo as maiores pistas detetadas até agora os pequenos sulcos na superfície do satélite.

Conforme refere a NASA, acredita-se que os tubos de lava poderiam ser ideais para bases lunares e proteger os astronautas da radiação, micrometeoritos e alterações de temperatura. Isto poderia também aplicar-se a um centro de dados. Por enquanto, as próximas missões lunares permitirão testar se estes túneis têm as propriedades estruturais a serem utilizadas para os fins acima mencionados.

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