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Há álcool no espaço e não, não é vinho deixado pelos astronautas

Cientistas descobriram a maior molécula microscópica de álcool no espaço na forma de propanol. Este composto químico, um álcool primário com a fórmula CH₃CH₂CH₂OH é também conhecido como n-propanol, álcool 1-propílico, álcool n-propílico, ou simplesmente propanol. É usado como um solvente na indústria farmacêutica, por exemplo.

Os investigadores referem que esta molécula agora encontrada no espaço pode ser a chave para a formação de estrelas.


Há álcool metido na formação das estrelas

Tal como referimos, as moléculas de propanol existem em duas formas, ou isómeros. Contudo, ambas as formas foram agora identificadas em observações. O propanol normal foi detetado numa região formadora de estrelas pela primeira vez, e o iso-propanol (o ingrediente chave no desinfetante manual), nunca havia sido visto na forma interestelar.

Estas descobertas devem lançar luz sobre como os corpos celestes, tais como cometas e estrelas, são formados.

A deteção de ambos os isómeros de propanol é excecionalmente poderosa na determinação do mecanismo de formação de cada um deles. Por se assemelharem tanto um ao outro, comportam-se fisicamente de formas muito semelhantes, o que significa que as duas moléculas devem estar presentes nos mesmos locais e ao mesmo tempo.

A única questão em aberto são as quantidades exatas que estão presentes – isto torna a sua relação interestelar muito mais precisa do que seria o caso para outros pares de moléculas. Também significa que a rede química pode ser sintonizada muito mais cuidadosamente para determinar os mecanismos pelos quais elas se formam”.

Explicou o astroquímico Rob Garrod, da Universidade da Virgínia.

 

Álcool entrado na “sala de partos”

Estas moléculas de álcool foram encontradas no que é conhecido como ‘sala de partos’ de estrelas, a gigantesca região de formação de estrelas chamada Sagittarius B2 (Sgr B2). A região situa-se perto do centro da Via Láctea e perto de Sagittarius A* (Sgr A*), o buraco negro supermassivo em torno do qual a nossa galáxia está construída.

O Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) é um telescópio de última geração que estuda a radiação produzida por alguns dos objetos mais frios do Universo. Com ele, os investigadores conseguem receber uma maior resolução e um maior nível de sensibilidade, permitindo identificar moléculas que não eram visíveis antes.

Além disso, com esta tecnologia é possível separar a frequência específica da radiação emitida por cada molécula numa parte ocupada do espaço, como é o caso do Sgr B2. Esta descoberta é crucial no cálculo do que está lá fora.

Esta descoberta só foi possível graças à forma como a ALMA pode detetar linhas espectrais muito estreitas. Posteriormente, com um pormenorizado trabalho de laboratório, foi possível caracterizar de forma abrangente as assinaturas que os isómeros de propanol estariam a emitir no espaço. Foi desta forma que a descoberta foi feita.

 

 

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