Um novo estudo revelou que um estilo de vida mediterrânico pode, de facto, ajudar as pessoas a viver mais tempo.
A dieta mediterrânica está fortemente associada a uma melhoria da saúde, por ser rica em frutas, legumes, cereais integrais e peixe. Agora, chega-nos um novo estudo para, mais uma vez, corroborar esta ideia.
O novo estudo, realizado por investigadores da Universidade Autónoma de Madrid e da Harvard T.H. Chan School of Public Health, é uma das primeiras a analisar os efeitos da dieta mediterrânica numa população fora de um país mediterrânico e a incorporar outros aspetos do estilo de vida mediterrânico (incluindo os níveis de descanso e de socialização).
A equipa utilizou dados de 110.799 pessoas, no Reino Unido, e identificou aspetos específicos da alimentação, da socialização e do descanso, que reduzem o risco da mortalidade por all-cause (qualquer causa) e por cancro.
Este estudo sugere que é possível que as populações não mediterrânicas adotem a dieta mediterrânica utilizando produtos disponíveis localmente e adotem o estilo de vida mediterrânico nos seus próprios contextos culturais.
Estamos a ver a transferibilidade do estilo de vida e os seus efeitos positivos na saúde.
Explicou Mercedes Sotos Prieto, da Universidade Autónoma de Madrid.
No estudo, os investigadores sublinham que os modos de vida devem ser adaptados de país para país – com base no clima, nos alimentos locais, nos costumes, entre outros -, mas que os princípios dos povos mediterrânicos parecem ter efeitos benéficos para a saúde.
Foram utilizados questionários para avaliar a dieta e o estilo de vida, em que as pessoas relatavam o que tendiam a comer e a fazer no dia a dia. Contudo, na realidade, foi a “atividade física, o repouso e os hábitos sociais e de convívio” que mais influenciaram o risco de mortalidade.
O estilo de vida mediterrânico abrange os princípios básicos que já sabemos serem bons: manter-se ativo, dormir o suficiente, conviver com os amigos e limitar o tempo que passamos sentados em frente a um ecrã qualquer.
Neste estudo, dormir sestas regularmente aumentou o risco de morte prematura. Este é um tópico difíil de avaliar em termos de duração e hora do dia, por exemplo, e os investigadores precisam de mais estudos neste campo.
Os comportamentos modificáveis, como a alimentação, a atividade física ou o consumo de álcool, desempenham um papel fundamental na prevenção de várias doenças não transmissíveis e mortes prematuras.
Escreveram os investigadores.
De ressalvar que os investigadores têm falta de dados que atribuam diretamente a causa e o efeito, ou seja, que um estilo de vida mediterrânico está a causar diretamente estes resultados de saúde. Contudo, há uma associação clara e benéfica entre as duas variáveis.