A ciência criou um medicamento que pode prevenir a infeção pelo HIV durante um ano. No entanto, esse medicamento tem um sucesso que depende de alguns fatores. Agora, investigadores mudaram o conceito de “usar” essa medicação. Conforme é explicado, o novo aplicador, que tem um tamanho de um palito, será colocado no braço. A dose será gradualmente libertada, funcionando como um escudo com o vírus da SIDA.
Estamos perante mais que uma droga para combate. Neste caso é o modo como o medicamento é “implantado” no braço dos utilizadores.
Implante de braço pode prevenir a infeção pelo HIV durante um ano
Hoje, as pessoas com alto risco de contrair o HIV podem optar por tomar uma medicação diária. O método chama-se Profilaxia de Pré-exposição da Infeção por VIH (PrEP) e tem como propósito impedir que contraiam o vírus. Assim, este método funciona de forma similar à pílula anticoncecional diária.
Contudo, assim como algumas pessoas têm dificuldade em lembrar-se de tomar a pílula anticoncecional todos os dias, há sempre a hipótese de uma pessoa se esquecer de tomar a PrEP de forma consistente, o que a torna muito menos eficaz.
Agora, a empresa global biofarmacêutica Merck acredita que encontrou uma solução para esse problema. Segundo a empresa, pode ser usado um implante que fornece gradualmente medicação para prevenção do HIV durante um ano. Desta forma, acaba a necessidade de se tomar a medicação diária.
Manter simples para resultar no combate à SIDA
O implante de prevenção do HIV da Merck não é muito diferente do implante do dispositivo de controlo de natalidade usado muitas pessoas. Portanto, é fácil de colocar, tem um tamanho semelhante a um palito de fósforo e fica logo por baixo da pele, no braço o utilizador.
Esta semana, a empresa anunciou na cidade do México os resultados da investigação de Fase 1 do implante, referindo que era “bem tolerado” e eficaz no fornecimento de medicamentos para prevenção do HIV.
Moderar as expectativas
Segundo a empresa, a investigação envolveu apenas 12 homens e durou apenas 12 semanas. A Merck explicou num comunicado de imprensa que os resultados são encorajadores. O diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, Anthony S. Fauci, que não esteve envolvido no teste, está cautelosamente otimista.
Se – e eu estou a enfatizar se – se for num teste maior que este sistema ofereça um nível de droga que protege durante um ano, isso seria uma mudança no jogo.
Explicou o responsável pelo instituto ao The New York Times.
Estes novos métodos de prevenção do HIV são desesperadamente necessários. Cerca de 75 milhões de pessoas contraíram o vírus letal desde o início da epidemia da SIDA. Mesmo agora, cerca de 1,7 milhão de pessoas são infetadas a cada ano – apesar de décadas de promoção de preservativos e abstinência, e anos de esforços para levar as pessoas a tomar uma pílula diária que previne a infeção.