A ficção cientifica é, muitas vezes, o preâmbulo do que um dia os seres humanos haverão de fazer. Desde há muitos anos que se imagina a humanidade a viver numa estação espacial com gravidade artificial, como se estivessem na Terra. Assim, de iniciativa privada, em 2025 terá início a construção da Estação Espacial Voyager.
A Estação terá capacidade para acomodar 400 convidados.
Estação Espacial Voyager: Viver no Espaço como na Terra
O projeto é ambicioso, mas há planos para dentro de poucos anos arrancar aquele que será o sítio no espaço mais parecido com a Terra. A Orbital Assembly Corporation (OAC) revelou recentemente novos detalhes sobre a sua ambiciosa Estação Voyager. Esta está projetada para ser a primeira estação espacial comercial a operar com gravidade artificial.
A OAC, uma empresa focada na colonização do espaço, desenvolveu já o marketing para atrair investidores, parceiros e turistas entusiasmados para um dia reservarem um quarto a bordo da Estação Voyager rotativa.
Projeto foi pensado há vários anos
Foi em 2012 que o responsável da empresa, John Blincow, criou a The Gateway Foundation. Os planos da organização incluem o início e a sustentação de uma indústria de construção espacial robusta e próspera. Assim, o que foi pensado incluía construir primeiro a Estação Voyager e depois a estação espacial comercial The Gateway.
[São os] primeiros passos importantes para colonizar o espaço e outros mundos.
Escreve a fundação no seu site. A OAC foi fundada pela equipa da Gateway Foundation em 2018 como uma forma de ajudar a tornar estes sonhos reais. Agora, a empresa apresentou as ambições num evento partilhado no seu canal no YouTube. Durante o evento, a construtora espacial divulgou a programação para o próximo capítulo da exploração espacial humana.
A equipa foi apresentada e dela fazem parte experientes veteranos ligados à exploração espacial, pilotos, engenheiros e arquitetos da NASA. Juntos pretendem montar um “hotel espacial” na órbita terrestre baixa que gire rápido o suficiente para gerar gravidade artificial para os turistas, cientistas, astronautas, educadores e qualquer pessoa que queira ter uma vida fora da Terra.
Como um empreendimento de várias fases que exige fundos para realizar o sonho, o OAC está agora oficialmente à procura de investidores privados que queiram comprar uma participação na empresa por 0,25 dólares por ação, até ao dia 1 de abril de 2021.
Como nasceu a ideia da Estação Espacial Voyager
A Estação Voyager é modelada a partir de conceitos imaginados pelo lendário cientista de foguetes Wernher von Braun. Conforme é sabido, von Braun foi um dos principais orquestradores do programa Apollo da NASA. O habitat em forma de roda de 200 metros de largura girará com uma velocidade angular alta o suficiente para criar níveis lunares de gravidade artificial para os ocupantes.
A estação foi projetada por Tim Alatorre, membro executivo da Gateway Foundation e arquiteto líder. Este empreendimento espacial, que irá começar a ser construído em 2025, ambiciona ser muito em breve a maior estrutura feita pelo homem no espaço. A estrutura será totalmente equipada para acomodar até 400 pessoas, dentro dos seus 24 módulos habitacionais integrados. Cada um destes cómodos tem cerca de 20 metros de comprimento e 12 de largura.
Este brilhante anel tecnológico contará com zonas de entretenimento como restaurantes temáticos, salas de exibição, cinemas e salas de concertos, bares, bibliotecas, academias e um spa.
Com gravidade quase lunar, o resort rotativo terá casas de banho e chuveiros funcionais. Além disso, irá permitir ao ser humano correr e saltar de maneiras novas e divertidas.
Primeiro vão arrancar os testes ao conceito
Conforme foi explicado, antes da Voyager Station começar a acomodar hóspedes, a OAC precisa de testar a construção de uma estação em órbita baixa da Terra e provar a viabilidade da gravidade artificial estável no espaço.
A empresa planeia construir um anel de gravidade protótipo que medirá 61 metros de diâmetro e será projetado para girar. Este teste é fundamental para criar gravidade artificial perto do nível de Marte, que é cerca de 40% da Terra.
Em relação aos custos, ainda há apenas uma estimativa, em comparação com dados conhecidos disponibilizados por outras empresas espaciais.
Não vimos uma explosão de atividade comercial no espaço. O custo tem sido de cerca de 8.000 dólares por quilo desde há muito tempo. Contudo, com o Falcon 9, podemos ver este preço rondar os 2.000 dólares. E conforme a Starship estiver online, custará apenas algumas centenas de dólares.
Referiu a equipa, tendo como referência os lançadores SpaceX – o foguete Falcon 9 da empresa e o seu veículo Starship Mars, que está em desenvolvimento.
No futuro, o governo e as empresas privadas terão permissão para usar os módulos da Voyager para missões de treino lunar e além. Assim, estas tecnologias poderão proporcionar uma plataforma de lançamento para os empresários desenvolverem e comercializarem atividades turísticas no espaço.