Por natureza o Alasca tem noites verdadeiramente espetaculares, com auroras boreais de encher o olho. Se a isso juntarmos uma estranha espiral que corta o céu de ponta a ponta, então temos todos os ingredientes para um episódio de suspense. Afinal, aquela “galáxia” seria exatamente o quê?
Espiral no Alasca que não é extraterrestre… bem pelo contrário!
Os ventos solares descarregam nos polos muita energia que se transforma, em grosso modo, numas lindíssimas cortinas de luz. As auroras iluminam o céu noturno por estas paragens e encantam quem tem o privilégio de assistir.
Para o fotógrafo Todd Salat, as auroras valem uma paciente espera no ar frio da noite. No entanto, no início da manhã de sábado, perto da cidade de Delta Junction, ele avistou um fenómeno meteorológico muito diferente de tudo o que já havia visto.
Contra um cenário de fundo deslumbrante de luz verde ondulante, uma espiral azul floresceu de uma luz brilhante no horizonte norte, crescendo à medida que se movia rapidamente pelo céu. Uma imagem em timelapse incrível mostra o que se passou, mas tenha paciência, primeiro vislumbre como tudo começou até ao momento certo:
Felizmente, Salat estava preparado, captando algumas fotos impressionantes da espiral para que a possamos apreciar.
Foi uma bela obra de arte no céu.
Disse Salat a Annie Berman, do Anchorage Daily News.
Mas, afinal, o que se passou?
Por mais incomum que a visão possa ter sido para os residentes do Alasca, está longe de ser a primeira vez que um redemoinho brilhante atraiu a atenção de observadores do céu. E tem uma explicação bem simples.
Algumas horas antes do aparecimento da espiral, a meio continente de distância na Vandenberg Space Force Base da Califórnia, a SpaceX lançou um foguetão Falcon 9 contendo dezenas de satélites como parte da sua missão Transporter-7.
Minutos após o lançamento, o foguete de primeiro estágio voltou à superfície e pousou suavemente, disponível para ser reutilizado em futuras missões.
Liftoff! pic.twitter.com/oDuGFqoiDL
— SpaceX (@SpaceX) April 15, 2023
Enquanto isso, o estágio superior do Falcon 9 continuou em órbita, onde completou a sua missão antes de descer de volta à Terra numa espiral. Nessa descida a nave libertou o seu combustível restante na atmosfera superior, o vapor de água nos gases congelou em minúsculos cristais refletores de luz.
Embora só possamos realmente especular sobre a causa deste turbilhão brilhante em particular, espirais do céu apareceram nas mesmas alturas dos lançamentos dos foguetões. Quer isso dizer que esta espiral captada por Salat estará também relacionada com a descida da nave da SpaceX e não com qualquer outra missão cósmica invasora.