A NASA e outras agências, como a ESA, têm-nos presenteado com imagens incríveis do Sol. Através das captações da sonda Solar Orbiter, a humanidade estuda hoje a sua estrela com muito mais detalhe. E são esses detalhes que surpreendem e que permitem vermos o Sol como nunca o vimos.
Uma das imagens captada pelo Extreme Ultraviolet Imager (EUI) mostra o Disco Solar completo com a coroa à distância de 75 milhões de quilómetros.
Para dar uma ideia, esta sonda está atualmente a metade da distância entre o Sol e a Terra.
E como se consegue uma imagem com tanto detalhe?
A imagem captada é, na verdade, um conjunto de várias imagens. O mosaico encaixa 25 imagens individuais que, tendo em conta o seu tamanho gigante, demorou cerca de 4 horas para ser concluída.
A captação exigiu que fossem tiradas várias imagens do mesmo local e, para isso, foi necessário esperar que cada ciclo fosse repetido – para cada um destes quadros foi necessário esperar, em média, 10 minutos.
O resultado pode ser observado abaixo e, originalmente, conta com mais de 83 milhões de píxeis. O principal aspeto destacado foi a clareza na qual a coroa solar é visualizada.
SPICE em ação para detalhar a estrela da Terra
Segundo foi referido, nesta ação foi usado também outro instrumento. É conhecido como SPICE e foi capaz de delinear as camadas na atmosfera do Sol, passando pela coroa e pela cromosfera.
Foi possível reproduzir uma captação visual com um comprimento de onda da luz ultravioleta manifestada pelo hidrogénio gasoso.
O método foi parecido com o anterior, e várias imagens foram utilizadas para criar mosaicos de cores diferentes, que servem para ilustrar as temperaturas dos elementos presentes, como o carbono (temperatura: 32.000 °C) em azul, o hidrogénio gasoso (temperatura: 10.000 °C) em roxo, o oxigénio (temperatura: 320.000 ºC) em verde, e o néon (temperatura: 630.000 ºC), ilustrado pela cor amarela.
Apesar de não nos trazer, ao comum mortal, uma luxúria de detalhes, a verdade é que os resultados excedem o que os nossos olhos conseguem perceber.
Com os dados obtidos, os físicos poderão delinear as erupções que acontecem da coroa solar até as camadas atmosféricas internas, e também poderão investigar o motivo que faz a coroa exceder 1 milhão de graus Celsius, enquanto outros segmentos, como a superfície, possui uma temperatura de “apenas” 5.000 °C.
Apesar de a Solar Orbiter estar mais perto do Sol do que alguma vez esteve, ainda não atingiu o seu limite. Na verdade, e segundo estima a NASA, até ao dia 26, a sonda estará no ponto de maior proximidade do Sol.
Atualmente, o instrumento recolhe dados e fotos das partículas do vento solar no interior da órbita de Mercúrio.